Análise da vulnerabilidade socioespacial à Ilha de Calor Urbana no município de Olinda, Pernambuco, Brasil

Abstract

As Ilhas de Calor Urbanas (ICUs), resultantes de processos como a impermeabilização do solo, a redução de áreas verdes e a verticalização acelerada das cidades, tornaram-se um problema cada vez mais presente nos grandes centros urbanos. Esses fenômenos são particularmente críticos em áreas densamente urbanizadas, onde a predominância de superfícies impermeáveis e a alta concentração de edificações intensificam o aquecimento. No entanto, os impactos das ICUs não são sentidos de forma uniforme, pois a desigualdade social que permeia as sociedades contemporâneas influencia diretamente a exposição e a vulnerabilidade ao calor excessivo. Fatores como renda, raça, gênero e localização geográfica são determinantes para as condições de habitação e a capacidade de adaptação da população a esses eventos. Diante desse cenário, esta pesquisa tem como objetivo analisar, mapear e quantificar a intensidade da vulnerabilidade socioespacial à Ilha de Calor Urbana a partir das características socioeconômicas e espaciais de cada setor censitário do município de Olinda, Pernambuco, Brasil, contribuindo para uma cidade mais resiliente ao risco térmico e às mudanças climáticas. Para isso, foram selecionadas três variáveis-chave, estruturadas a partir de componentes censitários: sensibilidade, capacidade de adaptação e exposição. Cada uma dessas variáveis foi composta por indicadores específicos, como densidade populacional, renda média, cobertura vegetal e acesso a serviços de infraestrutura. Como resultado da análise, foram gerados quatro mapas detalhados por meio de técnicas de geoprocessamento em Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). Esses mapas permitem visualizar claramente cada uma das variáveis e aplicar o índice a todos os setores censitários de Olinda, proporcionando um panorama abrangente das áreas mais vulneráveis às ICUs. Além disso, os resultados obtidos oferecem subsídios essenciais para o planejamento urbano e a formulação de políticas públicas direcionadas, visando mitigar os efeitos das ICUs e promover maior justiça climática na cidade.