O papel do(a) enfermeiro(a) da atenção primária à saúde no cuidado de pacientes acometidos por HIV/AIDS : revisão integrativa de literatura

Abstract

Introdução: o enfermeiro na Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental no manejo de pacientes com HIV/AIDS, oferecendo cuidados clínicos, suporte psicossocial e educação em saúde. No entanto, enfrenta desafios como o estigma associado à doença, a falta de recursos e a necessidade de formação contínua para lidar com as complexidades do HIV/AIDS. Ultrapassar essas barreiras é crucial para garantir a qualidade da assistência, consolidando a APS como um espaço vital na gestão da saúde. Assim, o enfermeiro se torna fundamental para a coordenação e continuidade do cuidado, contribuindo para a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: analisar o papel do enfermeiro da atenção primária à saúde na assistência ao paciente acometido por HIV/AIDS. Metodologia: tratar-se-á de uma revisão bibliográfica, de natureza integrativa, que delimitou-se no período de 2019 a 2024, utilizando as seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o Directory of Open Access Journals (DOAJ), a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), o Public Medical Literature and Data (PubMed/MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO), a SCOPUS, a Web of Science (WoS), nos idiomas Inglês, Espanhol e Português, por meio dos booleanos AND e OR. Resultados: foram selecionados 8 artigos para compor a amostra final da revisão, todos publicados entre os anos de 2019 e 2024. Predominaram estudos de abordagem qualitativa, realizados majoritariamente no Brasil, envolvendo profissionais da Enfermagem atuantes na APS. A análise dos estudos permitiu a identificação de 4 categorias principais: (1) Atuação do enfermeiro na APS; (2) Desafios estruturais e organizacionais; (3) Estratégias que auxiliam na autonomia do profissional; (4) Integralidade do cuidado. Os resultados demonstram que o enfermeiro possui papel essencial no acolhimento, no fortalecimento do vínculo com o usuário e na promoção de práticas educativas que contribuem para a adesão ao tratamento e o enfrentamento do estigma social. Conclusão: evidencia-se que a atuação do(a) enfermeiro(a) na APS frente ao cuidado das pessoas vivendo com HIV/AIDS apresenta avanços importantes, porém ainda enfrenta desafios estruturais, como fragilidades no acolhimento, sobrecarga de trabalho e lacunas na capacitação. Estratégias eficazes, como a testagem rápida com aconselhamento, o uso do protocolo PACK e ações educativas culturalmente adaptadas, ainda não são amplamente implementadas. Identifica-se a necessidade de investir em educação permanente, infraestrutura e fortalecimento da interdisciplinaridade. A experiência de Florianópolis demonstra que fluxos padronizados baseados em evidências podem qualificar o cuidado, desde que integrados a mudanças organizacionais. Apesar de avanços nas políticas públicas, persiste a distância entre normatização e prática, exigindo valorização dos profissionais da APS e ampliação de sua autonomia para garantir um cuidado integral e contínuo às PVHA.