Análise das mudanças na oferta de serviços obstétricos em Pernambuco após a implementação da Rede Cegonha no período de 2008 a 2022.

Abstract

A Rede Cegonha, instituída no SUS no ano de 2011, lançada pelo governo federal, é uma estratégia que tem como objetivo reduzir a morbimortalidade materna, ofertar serviços de forma qualificada e humanizada, acompanhar o desenvolvimento da criança nos primeiros dois anos de vida, assegurar os direitos das mulheres, como o de ter um acompanhante de sua preferência no momento do parto, e o planejamento reprodutivo. Para alcançar suas metas, configura-se como redes regionais de atenção à saúde, com planejamento de cobertura que demanda a ampliação da organização da oferta de serviços. O objetivo do estudo foi analisar as mudanças da oferta de serviços obstétricos em Pernambuco após a implementação da Rede Cegonha. Desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo, observacional, utilizando-se dados de oferta de serviços obstétricos do sistema de informações sobre produção hospitalar (SIH/SUS), CNES, SINASC e SIM, disponibilizados pelo DataSUS/TABNET do Ministério da Saúde. Os dados foram organizados em planilhas do Excel em série histórica. Durante a análise, foram observados os dados absolutos, proporções e taxas. Foram registradas grandes mudanças com relação à questão estrutural, uma vez que cresceu o número de serviços ofertados pela rede. Porém, ainda é notável um déficit com relação a qualidade da assistência nos serviços de saúde. O estudo revelou que a implantação da Rede Cegonha trouxe um fortalecimento muito importante na saúde materno-infantil, proporcionando uma rede de serviços que visam ofertar e garantir que as gestantes e crianças recebam o atendimento necessário em todas as etapas desde a gravidez, parto e pós-parto. Logo, identificou-se uma melhora na qualidade da atenção, visto que há uma redução da mortalidade materna e infantil por causas evitáveis.