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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/61951
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Title: | Somostodosnando : “responsabilidade” na charge continuada digital |
Authors: | DIAS, Aline Milena Borges da Silva |
Keywords: | Análise dialógica do discurso; Charge continuada; Réplica; Censura |
Issue Date: | 12-Dec-2024 |
Publisher: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citation: | DIAS, Aline Milena Borges da Silva. Somostodosnando: “responsabilidade” na charge continuada digital. 2024. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024. |
Abstract: | Este estudo analisa charges produzidas na mobilização digital de chargistas em apoio ao artista Nando Motta, acerca do processo aberto pelo dono das lojas Havan, Luciano Hang, em dezembro de 2021. O motivo da denúncia foi uma charge onde o empresário era retratado como uma espécie de monstro, devido às suas ações diante do tratamento de saúde e da morte da sua mãe por COVID-19. Em defesa, os chargistas decidiram construir e publicar a sua própria versão da charge censurada. Anteriormente, já havia ocorrido um movimento semelhante, com a denúncia de Renato Aroeira pelo ex-ministro da Justiça André Mendonça devido à publicação da charge Crime Continuado, em junho de 2020. Tal obra deu origem ao nome Charge Continuada, que passou a designar, no ano seguinte, os enunciados dos cartunistas solidários a Nando Motta. A questão norteadora da pesquisa indaga como as charges do movimento #somostodosnando, unidas por uma mesma causa, constituem réplicas únicas de resistência à censura. Nesses termos, propomos, de modo geral, apontar os modos como as charges continuadas constituem individualmente o posicionamento artístico de resistência à censura. Já especificamente: (i) explicitar o projeto enunciativo constituinte das charges continuadas, pelo qual elas reagem polemicamente a uma voz contra e uma a favor; ii) examinar os efeitos desse projeto para a representação de Luciano Hang. A pesquisa se baseia nos estudos de Bakhtin (1997; 2002; 2010; 2020), Volóchinov (2014; 2021) e Medviédev (2012) – e na Análise do Discurso Digital, de Paveau (2021). Adotamos a metodologia de pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, bibliográfica e documental (Gil, 2008). O corpus reúne 6 charges continuadas de distintos autores publicadas no intervalo de 20 a 29 de dezembro de 2021, na página de Instagram @somostodosnando. Constatamos que Jorge, O Mau reelabora o cenário da charge em um museu do horror, reforçando a desumanidade de Hang e destacando-o como um caso único de maldade frente às outras atrações da instituição; Paulo Batista utiliza-se do humor mórbido de um encontro no cemitério com duas personagens do terror para representar a falta de escrúpulos de Hang no orgulho absurdo que ele revela da censura aos cartunistas; Maraska recupera a tela O Grito para construir a presença de Hang como ainda mais fatal do que a dos monstros, de modo que os vilões, à luz de tal relação, tornam-se “mocinhos”; Geuvar desenha Hang como herói admirado por monstros para ironicamente indicar o oposto sobre sua personalidade, despindo-o da nobreza da posição heróica para a vergonha de uma ameaça terrível; Manoel Dama, na circunstância de um exame policial de mug shots, endossa a representação negativa de Hang supondo a dificuldade de diferenciá-lo dentre os monstros, validando-o como sujeito de igual valor a esses suspeitos; finalmente, Genildo representa Hang eliminando sorrateiramente os rastros da obra de Nando Motta, possibilitando ao interlocutor experienciar a visão dos cartunistas sobre a censura e sobre o censor para compreendê-lo semelhantemente como inimigo desses artistas e da própria arte. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/61951 |
Appears in Collections: | Dissertações de Mestrado - Linguística |
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