Fatores associados à ocorrência de transtornos mentais comuns entre jovens estudantes de ensino superior

Abstract

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores associados à ocorrência de Transtornos mentais comuns entre jovens do ensino superior. Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado no campus Recife do IFPE, localizado na cidade do Recife, estado de Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Resultados: Dos 865 universitários, 36,9% apresentaram suspeita de transtornos mentais comuns (TMC). Mulheres cisgênero e estudantes pansexuais apresentaram maior prevalência de TMC, com significância estatística para identidade de gênero (p<0,001) e orientação sexual. A maior prevalência foi entre estudantes sem parceiro (38,3%), e a menor entre aqueles com filhos com significância estatística (p 0,012 e p 0,030, respectivamente). Estudantes que praticavam esportes (p 0,002) e seguiam alguma religião (p<0,001) apresentaram menor prevalência de TMC. O uso simultâneo de álcool e drogas, tranquilizantes (p<0,001), analgésicos opioides (p<0,001) e anfetaminas (p0,007) foi associado a maior prevalência de TMC. Dificuldades de aprendizagem (p<0,001) e insatisfação com a escolha do curso (p<0,001) foram também associadas a maior prevalência de TMC. Conclusão: Os altos índices de casos suspeitos de transtornos mentais comuns observados, que corroboram com outros estudos, sugerem que essas condições podem estar relacionadas às particularidades dessa fase da vida. Isso ressalta a urgência de implementar políticas locais de suporte aos estudantes que incluam a abordagem de questões de saúde mental e que integrem essas informações no planejamento acadêmico.