Lesões cutâneas induzidas por radioterapia: uma revisão narrativa da literatura

Abstract

A radioterapia é um tratamento fundamental para diversos tipos de neoplasias, podendo ser aplicada de forma paliativa, adjuvante ou curativa. Essa técnica utiliza radiação ionizante para destruir células cancerosas ou inibir seu crescimento. No entanto, sua aplicação deve ser cuidadosa, pois a radiação pode afetar também células saudáveis. Como em qualquer tratamento, a radioterapia pode causar efeitos colaterais, que variam de acordo com o tipo e a dosagem da radiação, o tempo de exposição, o tecido tratado e a saúde geral do paciente. Um dos efeitos adversos mais comuns é a radiodermite, uma condição inflamatória resultante da exposição à radiação na pele, que causa danos na epiderme, derme e na vascularização local. Os sintomas da radiodermite são classificados em agudos, que aparecem em tecidos com alta atividade mitótica e costumam desaparecer em até quatro semanas, e tardios, que resultam do comprometimento vascular. Além da dor, os pacientes muitas vezes enfrentam estigmas devido à aparência das lesões, impactando a saúde mental dos pacientes e em alguns casos, levando até a desistência do tratamento. O tratamento da radiodermite envolve o uso de medicamentos tópicos e sistêmicos voltados para a lesão. Os resultados mostram que, para mitigar os efeitos adversos, é crucial que os profissionais de saúde compreendam a fisiopatologia da radiodermite e estejam adequadamente preparados para oferecer cuidados. Além disso, a individualidade dos pacientes representa um desafio na criação de protocolos universais, destacando a necessidade de mais pesquisas para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes fragilizados pela terapia.