Explorando o potencial do silenciamento de receptores para modulação do microambiente tumoral: Uma revisão bibliográfica

Abstract

O câncer é considerado um problema de saúde pública devido a sua alta taxa de incidência e mortalidade. É uma doença heterogênea, cuja os tratamentos convencionais não têm uma alta taxa de cura, visto que muitas vezes ocorre a resistência aos fármacos utilizados. Essa resistência vem da diversa composição do microambiente tumoral, que apresenta componentes celulares, extracelulares e físico-químicos. O microambiente é responsável pela progressão tumoral, metástase e resistência, apresentando um papel importante na carcinogênese. Devido a dificuldade de tratamento, novas estratégias, para modular a expressão de células que são importantes na carcinogênese, dentre elas o silenciamento gênico, estão sendo pesquisadas para poder contornar esse problema. No geral, o silenciamento se baseia na diminuição da expressão de um gene, que leva a diminuição de uma proteína específica, como por exemplo, dos receptores que são importantes para a sinalização e adesão. Desse modo, o objetivo desta revisão é investigar como o silenciamento dos receptores pode influenciar na modulação do microambiente tumoral e ajudar no tratamento de câncer. Assim, foi feita uma revisão bibliográfica nos bancos de dados PubMed, Embase e Periódico Capes, de acordo como os seguintes critérios: artigos em inglês, entre os anos de 2019 e 2024, depois os artigos foram filtrados seguindo o diagrama de fluxo de Itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemática e Meta-análises (PRISMA). A partir da pesquisa, foi observado que o silenciamento de receptores pode afetar diferentes mecanismos que promovem a carcinogênese, como por exemplo, a angiogênese, a modulação da resposta imune e a inflamação. Além disso, foi visto que o silenciamento juntamente com outras terapias, como por exemplo, terapias de células adoptivas e terapias convencionais, pode melhorar o prognóstico do paciente. Desse modo, o silenciamento de receptores, seja de forma isolada ou em conjunto com outras terapias, se apresenta como uma alternativa para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, ajudando a combater o crescimento tumoral, além de poder aumentar a eficácia de terapias já existentes.