Confecção de adobe adaptado ao agreste pernambucano com água da baba de palma.

Abstract

O déficit habitacional é um dos principais problemas sociais enfrentados no Brasil, inclusive atingindo Agreste de Pernambuco. Por causa desse déficit existente, se faz necessário a implantação de técnicas construtivas que possam viabilizar a construção de habitações, principalmente para aqueles que se encontram abaixo da linha da pobreza. Uma dessas técnicas que pode viabilizar tais construções é o adobe que não necessita de mão-de-obra especializada, uma vez que é moldado manualmente a partir da mistura de terra, fibra vegetal e água. No entanto, a constituição do solo local bem como a possibilidade de utilização de outras matérias primas locais ratifica a adaptação do adobe ao Agreste Pernambucano. A esse adobe foi adicionada baba extraída da palma, visto que é uma plantação abundante e desenvolvida mesmo em períodos de seca, que, quando incorporada à mistura, diminui a quantidade de água utilizada na confecção do adobe, trazendo benefícios a construção de edificações em localidades carentes que apresentem longas temporadas de seca. Foram avaliados 1 traço como referência (sem adição da baba da palma) e 1 traço com a baba da palma incorporada à água de amassamento. Os blocos de adobe foram caracterizados em termos de massa específica, retração linear, absorção de água superficial pelo método do cachimbo, capilaridade, e resistência à compressão. De uma forma geral, dentro dos erros experimentais, a adição da baba da palma foi positiva. Pois, foi mantida a resistência à compressão, aumentando a capacidade do adobe absorver energia de ruptura; além disso, tornou o bloco mais leve, melhorou a absorção de água (de uma forma geral) e manteve as alturas iniciais, retraindo na largura e no comprimento diferente do traço de referência que retraiu na altura. Tem-se, ao final, um material apropriado do ponto de vista construtivo em terra.