Efeitos do tratamento neonatal com polifenóis sobre o desenvolvimento motor de ratos

Abstract

O desenvolvimento motor dos animais mamíferos passa por vários estágios, inclusive após o nascimento. As modificações do ambiente exercem grande influência sobre esse e outros quesitos, sendo a nutrição um fator extremamente relevante. O uso de polifenóis tem sido bastante relatado por apresentar efeitos benéficos à saúde, de forma a prevenir e tratar doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar as ações dos polifenóis resveratrol e kaempferol no desenvolvimento motor de ratos jovens. Foram utilizados 48 ratos machos da linhagem Wistar, igualmente divididos em 3 grupos, de acordo com o polifenol ou o veículo utilizado: Grupo Veículo Dimetilsulfóxido (n=16), Grupo Kaempferol (n=16) e Grupo Resveratrol (n=16). Para a administração dos fármacos, o peso dos animais foi aferido diariamente do 1° ao 21° dia pós-natal (DPN), sendo utilizada dosagem de 1 mg/Kg para os grupos experimentais e o dimetilsulfóxido a 1% para o grupo controle, aplicados por via intraperitoneal diariamente durante todo o período de lactação. Para a avaliação do desenvolvimento motor, foi utilizado o teste de campo aberto, realizado nos dias 8°, 14°, 17° e 21°. Os dados foram expressos como média e ± EP. Foi realizado o teste de normalidade D'Agostino-Pearson. Para as variáveis que passaram no teste de normalidade, foram utilizados testes paramétricos ANOVA correspondentes (one ou two-way com ou sem medidas repetidas) com pós-teste de Tukey. Os dados foram analisados no programa GraphPad Prism 6. Foi considerado significante o valor de p<0,05. Os protocolos experimentais foram aprovados pelo CEUA/UFPE n° 0052/2019. O grupo kaempferol apresentou maior peso corporal em relação ao grupo veículo (p<0,01) nos dias 19° e 21°. Analisando a atividade locomotora, os animais do grupo resveratrol percorreram uma distância maior (p<0,001 no DPN17 e p<0,01 no DPN21), bem como apresentaram maiores energia cinética e potência média em relação tanto ao grupo controle (DPN21 p<0,05 e p<0,0001, respectivamente) quanto em relação ao grupo kaempferol (DPN21 p<0,05 e p<0,0001, respectivamente). Relativo ao tempo de imobilidade, o grupo resveratrol apresentou menor tempo em relação ao grupo veículo nos dias 17 e 21 (p<0,01 e p<0,05, respectivamente). Os animais do grupo resveratrol apresentaram menor número de paradas em relação aos grupos controle e kaempferol nos dias 8 (p<0,05, para ambos) e 14 (p<0,001 e p<0,05, respectivamente). Neste estudo, o grupo resveratrol se mostrou mais ativo e percorreu uma distância maior. O uso do kaempferol não apresentou efeitos significativos sobre a atividade motora.