NOIRBLUE : As fissuras anticoloniais e a prática performativa de Ana Pi

Abstract

O presente trabalho materializa sua discussão em torno do solo NoirBLUE (2017) da artista franco-brasileira Ana Pi (MG), propondo um desdobramento de sua poética, tomando-a como referência para a identificação de fissuras anticoloniais na leitura e prática contemporânea das artes da cena não ocidentais. Para isso, de forma geral, a pesquisa se compromete com uma análise crítico-reflexiva do solo de Pi, e de maneira específica, traça uma articulação entre diferentes propostas críticas que desestabilizam uma certa ideia ou imagem de arte ocidental. A discussão é fomentada a partir da intersecção entre os estudos decoloniais e os estudos da performance, especificamente os escritos de Josette Féral (2008), Jota Mombaça (2021) e Walter Mignolo (2010). Como um todo, a análise empreendida se guia a partir da Poética da Relação (2021) do escritor e pensador da Diáspora Negra Édouard Glissant (2005, 2021), uma abordagem metodológica que, aplicada a esta pesquisa, é responsável por identificar elementos que Glissant chama de “linguagem crioula” no respectivo objeto de estudo: o solo NoirBLUE.