Análise técnica e econômica para a implantação de um sistema para aproveitamento químico e energético da biomassa residual do Campus da UFPE

Abstract

Diante do conjunto de problemas causados por uma gestão ineficiente dos Resíduos Sólidos Urbanos, surge a Política Nacional dos Resíduos Sólidos – lei 12.305/2010 buscando traçar diretrizes sobre o gerenciamento e manejo correto dos resíduos no país, atribuindo inclusive responsabilidades a seus geradores. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo geral realizar um estudo sobre a viabilidade técnico-econômica da fase inicial de um projeto piloto para o reaproveitamento da biomassa residual gerada no campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco com propósito de tornar a instituição uma “Cidade Modelo” no tema. A proposta contempla três projetos: uma usina de biodiesel, um biodigestor e um pátio de compostagem. Para tanto, este estudo realizou um levantamento de custos relativos a implementação dos projetos propostos, efetuando uma pesquisa referente aos gastos atuais da instituição e aos custos de um cenário após a instalação do sistema, para então utilizar o método do fluxo de caixa descontado e determinar os indicadores de rentabilidades. Todas as plantas apresentaram viabilidade financeira, se mostrando um investimento atrativo tanto do ponto de vista monetário quanto de sustentabilidade. A energia elétrica produzida pelo biodigestor seria capaz de atender o consumo total do Departamento de Energia Nuclear, gerando ainda um excedente, e eliminaria os custos com disposição dos resíduos alimentares a aterros sanitários. A usina de biodiesel seria capaz de suprir 19,61% do diesel consumido pela frota veicular da UFPE utilizando como matéria prima o óleo de fritura dos restaurantes do campus. Por fim, o pátio de compostagem eliminaria o custo de despejo das 10t de biomassa vegetal residual geradas diariamente no campus, implicando em uma economia anual de R$ 590.205,00. Ao todo foi estimado que em seu primeiro ano de funcionamento o sistema poderia economizar até R$ 1.000.615,00. Conclui-se que seria possível agregar um retorno financeiro aos benefícios ambientais e sociais a partir de métodos de reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos. Esse sistema poderia ser facilmente adaptado para a implantação em pequenos e médio municípios do país, o que proporcionaria a geração de empregos e renda nesses municípios, atenderia à política nacional dos resíduos sólidos e traria inúmeros benefícios ambientais.