As contribuições da filosofia de Deleuze para se pensar a relação entre afectos e aprendizado.

Abstract

A leitura que Deleuze realiza da Ética de Spinoza expressa a compreensão de que os bons encontros que geram afectos de alegria possibilitam a potência de agir frente às situações diversas que são vivenciadas cotidianamente, passando do estado de não conhecimento para o estado de conhecimento. Considerando essa questão, o estudo analisa as contribuições da filosofia de Deleuze para se pensar a relação entre afectos e aprendizado. Para tanto, o caminho percorrido foi o de cartografar textos de obras deleuzianas, de estudiosos de Deleuze e de seis artigos da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) no Grupo de Trabalho de Currículo que discutem a filosofia deste autor; apresentar a leitura que Deleuze realiza da Ética de Spinoza no que se refere à teoria dos afectos; problematizar a relação entre afectos e aprendizado e; discutir a relação entre educação e rizoma, currículo e religação dos saberes. Trata-se, então, de uma pesquisa cartográfica-bibliográfica, que verifica as contribuições que se referem aos estudos das obras de Deleuze que possibilitaram estabelecer a conexão entre os afectos e o aprendizado. De modo especial, os trabalhos da ANPEd do Grupo de Trabalho de Currículo que permitiram perceber essa conexão através de exemplos e situações reais em sala de aula entre professores e alunos, na relação entre diversos profissionais dentro da escola e em estudos coletivos e individuais. As contribuições referem-se sobretudo aos conceitos da filosofia deleuziana que deram as condições necessárias para que a conexão entre afectos e aprendizado pudesse ser realizada. A leitura que Deleuze realizou da Ética de Spinoza traçou a teoria dos afectos que aliada a um olhar rizomático possibilitou a compreensão de que os trabalhos cartografados revelam como os bons encontros geradores de afectos alegres propiciam a construção de aprendizados que se dão na relação entre professores, alunos e também personagens conceituais, por exemplo. Vê-se que tanto na Educação Básica como na Superior os aprendizados são construídos através do ato criativo, de linhas de fuga, rompendo com o engessamento curricular.