O ciclo junino na capital do forró: projeto e análise das identidades visuais do São João de Caruaru de 1993 até 2019

Abstract

Em Caruaru se faz o maior e melhor São João do mundo, há quem diga. A cidade inteira se modifica com a chegada de junho, afinal é tempo de festa. Tradição que acontece desde os anos 70, a festa foi ganhando corpo e incentivos estaduais e hoje compete numa guerra de gigantes com Campina Grande, na Paraíba, sobre quem tem a maior e melhor festa. O espetáculo com dimensões midiáticas astronômicas repercute por todo o país e atraí visitantes de todas as regiões, inclusive do estrangeiro. Conhecida por Vitalino e divulgada por Luiz Gonzaga, Caruaru é um polo cultural de referência internacional quanto ao que se produz nessa terrinha. E o São João tá no sangue do povo. Os moradores de Caruaru e das regiões circunvizinhas esperam o ano inteiro pelos festejos juninos, e a programação do Pátio do Forró Luiz Lua Gonzaga é a mais aguardada por quem sempre participa. Este trabalho tem como objetivo explorar, reunir, entender e reproduzir a história e a memória do São João tradicional caruaruense. Foi reunido um acervo que abrange 18 das 26 edições da festa realizada pela prefeitura, propondo um recorte de 1993 até 2019. Esse material foi analisado segundo categorias do design gráfico e assim pôde ser percebido como se construiu a identidade visual da festa e como ela se modificou ao longo das edições. A partir dessa análise foram estabelecidas diretrizes para a proposta de projeto de identidade visual para o São João de 2022, que foi realizado seguindo duas metodologias de projeto utilizadas por Rezende (1979) e Wheeler (2018). A intenção geral do trabalho é preservar e celebrar a cultura popular nordestina por meio da reunião desses registros gráficos das edições passadas da festa que não se encontram reunidos em nenhum outro lugar.