Concepções de professores/as sobre as religiões afro-brasileiras na escola

Abstract

A presente pesquisa buscou compreender as concepções de professores e professoras sobre as religiões afro-brasileiras. Partimos do princípio que a escola, enquanto locus privilegiado de ensino e aprendizagem, também é o lugar de formação de todos os sujeitos e precisa considerar as diferenças. Nesta perspectiva, nos propomos refletir sobre como os docentes, mediadores dessa aprendizagem, vêm concebendo as religiões afro-brasileiras. A pesquisa foi realizada na escola estadual Maria Auxiliadora Liberato, localizada no bairro Rendeiras da cidade de Caruaru. A referida escola tem no seu entorno quatro terreiros. Este dado foi considerado como critério para a escolha da mesma enquanto campo empírico. As religiões afro-brasileiras são consideradas no presente trabalho como importantes componentes da cultura do Brasil. Tendo sido mantida desde a chegada dos primeiros africanos trazidos a este país, se caracterizam como luta e resistência contra o colonialismo. Um dos pressupostos do presente trabalho é que a existência da Lei 10.639/03, promulgada há dezessete anos, que tornou obrigatório o estudo das temáticas afro-brasileiras – tendo sido continuada pela Lei 11.645/08 –, deveria ter contribuindo para a ampliação do debate nas escolas sobre as questões étnico-raciais e, consequentemente, para a diminuição do preconceito em relação a essas religiões, as quais são elementos fundamentais e indissociáveis da história e cultura afro-brasileira. Para fundamentar nosso estudo, tomamos como lentes teóricas os estudos pós-coloniais, que fazem uma análise do processo de colonização, nos ajudando a compreender como se deu o silenciamento e apagamento das culturas dos povos que foram colonizados e subalternizados.