Aprendizagem de gráficos com e sem uso do Excel por alunos do 5º ano Ensino Fundamental

Abstract

Esta pesquisa teve como objetivo investigar a aprendizagem de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental em relação à compreensão da construção de gráficos a partir de tabelas com auxílio ou não do software Excel. Com a intenção de alcançar o objetivo proposto, foi desenvolvida uma pesquisa experimental com um estudo de intervenção, com quatro turmas de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de duas escolas do município do Paulista, Pernambuco. A fundamentação teórica baseia-se em autores que abordam o ensino da Estatística tendo como perspectiva o Letramento Estatístico (Gal, 2002). Além disso, nas orientações propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) em relação a aprendizagem da Estatística nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para compreender o uso das tecnologias da informação e comunicação no ensino da Estatística, desenvolver a compreensão dos conceitos e a análise dos dados utilizou-se as perspectivas de Ben-Zvi e Garfield (2004). Inicialmente os alunos participaram de um pré-teste com duas questões contendo tabelas para a representação dos dados em um gráfico de barras, utilizando como recurso o lápis e papel. Na intervenção de ensino, dividimos as turmas em dois grupos. O Grupo 1 (G1) construiu a representação gráfica utilizando como recurso o lápis e papel e o Grupo 2 (G2) construiu a representação gráfica utilizando o software Excel. A intervenção de ensino foi desenvolvida utilizando atividades que apresentavam tabelas simples e dupla entrada para o registro do gráfico de barras simples e de barras múltiplas. No pós-teste os alunos resolveram individualmente com lápis e papel questões semelhantes ao pré-teste. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o pré e pós-teste para ambos os grupos e nem entre eles no pós-teste. Entretanto, foi possível observar avanços qualitativos em relação a representação dos dados em um gráfico de barras. Dentre estes avanços, identificamos que o grupo lápis e papel avançou na compreensão sobre a proporcionalidade da escala unitária e não-unitária. Acreditamos que ao utilizar o lápis e papel os alunos tiveram que refletir mais sobre como representar os dados. Já os alunos que utilizaram como recurso o software Excel, focaram sua atenção nas diferentes visualizações dos dados que o software favorecia, mas não refletiram tanto sobre a escala, uma vez que a mesma já era apresentada automaticamente no software. Conclui-se que é possível o trabalho com a construção de gráficos a partir dos dados apresentados em tabelas desde os anos iniciais como promoção do Letramento Estatístico, tanto com lápis e papel como utilizando o Excel. Assim, acreditamos que a utilização de uma multiplicidade de recursos deve ser incentivada. Além disso, essa pesquisa poderá contribuir para a reflexão sobre como mediar o ensino de Estatística e suas diferentes representações nos anos iniciais do Ensino Fundamental.