Makena : a prática educativa de uma professora de música em Jaboatão dos Guararapes e a educação das relações étnico-raciais

Abstract

A presente pesquisa está inserida em uma discussão que diz respeito a uma problemática contemporânea discutida em todo o mundo: o respeito às diferenças. Nesse sentido, a Educação das Relações Étnico-Raciais nas escolas deveria ser utilizada como instrumento de fortalecimento da identidade, respeito e valorização da história e cultura negra no Brasil. O reconhecimento da contribuição dos povos africanos e afro-brasileiros na civilização nacional, através da implementação da Lei nº 10.639/03 Art. 26 A da Lei de Diretrizes e Bases, é um avanço nas conquistas das políticas públicas afirmativas de combate ao racismo e à discriminação racial. Além disso, é um meio pelo qual podemos buscar a igualdade, a equidade e a melhoria das condições sociais e econômicas da população negra no Brasil. Nesse sentido, esta pesquisa buscou compreender como uma professora de música dos anos finais do ensino fundamental, do município de Jaboatão dos Guararapes, cria possibilidades de construção de conhecimentos através da sua prática educativa na perspectiva da Educação para Relações Étnico-raciais e lida com os casos de racismo na sala de aula. Primeiro apresento um levantamento sobre a produção de conhecimentos na área e um panorama da estrutura social brasileira que forja as relações no Brasil. Em seguida, faço uma abordagem sobre a prática educativa na perspectiva freireana. Seguindo o percurso metodológico, descrevo o processo investigativo, as observações diretas, as entrevistas e a análise documental realizada. Os dados coletados foram sistematizados e apresentados de acordo com análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Através desta pesquisa foi possível perceber como a professora de música incluiu em sua prática educativa uma educação antirracista e enfrenta os casos de racismo e discriminação na sala de aula. Apesar dos desafios, a emoção e o compromisso com uma sociedade mais justa emerge de um trabalho solitário e sem apoio institucional.