Eita, queimou?: considerações de usabilidade para garrafas térmicas de pressão.

Abstract

Os acidentes com produtos de consumo de uso cotidiano são mais comuns do que se pode imaginar. O design, enquanto tecnologia, estuda esse fato a partir da usabilidade do produto sob o aspecto da eficiência de uso. Este assunto embora pareça óbvio e essencial no desenvolvimento de artefatos, vem sendo pouco explorado nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s) propostos no Curso de Design, Núcleo de Design e Comunicação do (CAA/UFPE) Centro Acadêmico do Agreste/Universidade Federal de Pernambuco. Neste sentido, este trabalho propõese refletir de forma não aprofundada sobre o tema da segurança do produto a partir dos conceitos de usabilidade utilizando como objeto de estudo as garrafas térmicas acionadas por pressão. Por se tratar de um artefato térmico de uso cotidiano buscou-se identificar os fatores de risco de acidentes que podem ser inerentes à tarefa para identificar as possíveis causas dos problemas. Foram selecionadas 03 (três) garrafas térmicas nacionais de linha comercial tipo de pressão das principais empresas do setor. Para avaliação dos artefatos, duas técnicas de pesquisa em design foram utilizadas: a análise técnica-funcional dos produtos para identificar seus componentes e as interrelações de montagem; e a análise técnica dos manuais de instrução, para identificar como cada fabricante aborda o tema da segurança do produto aos seus consumidores. Já para avaliação da interface entre os produtos e os usuários, duas outras técnicas de caráter qualitativo foram utilizadas: a Análise da Tarefa e o Focus Group. Os resultados da pesquisa mostram que, mesmo com um alto nível de satisfação dos usuários em relação às garrafas térmicas de pressão, existem fatores de risco inerentes à tarefa. Algumas considerações sobre os problemas foram apresentadas de forma isolada com relação à configuração dos artefatos e dos manuais de instrução, e outras foram descritas de forma integrada sobre a relação de uso dos produtos com os usuários. Por fim, conclui-se que os aspectos de usabilidade e segurança do produto devem ser sistematicamente reavaliados pelos fabricantes, mesmo em produtos considerados seguros pelos órgãos de controle.