Interação taurina-pilocarpina no cérebro desnutrido: uma análise comportamental, eletrofisiológica e imunohistoquímica

Abstract

Taurina, um aminoácido inibitório, têm se mostrado importante por atenuar sintomas das epilepsias. Em ratos, a epilepsia produzida por pilocarpina reproduz a epilepsia humana do lobo temporal. Esta tese investigou a interação taurina-pilocarpina sobre ganho de peso, glicemia, ansiedade, eletrofisiologia cerebral (depressão alastrante cortical – DAC), estresse oxidativo e atividade glial. Adicionalmente, testamos se a deficiência nutricional modularia os efeitos dos tratamentos. Ratos Wistar foram amamentados em condições normais ou desfavoráveis de lactação (respectivamente amamentação em ninhadas com 9 e 15 filhotes). Cada condição de lactação, originou 5 subgrupos, tratados entre o 35º ao 55º dia de vida pós-natal (P) com 1) taurina (300 mg/Kg/dia) + pilocarpina (45 mg/Kg/dia); 2) apenas taurina; 3) apenas pilocarpina; 4) veículo (salina); 5) Ingênuo, sem tratamento. Em PND56 e PND58, foram testados comportamentalmente no labirinto em cruz elevado e no aparelho de campo aberto. Em PND59 aferiu-se a glicemia. Em PND60-PND65 registrou-se a DAC e avaliou-se os níveis de liporeoxidação cerebrais. O padrão de imuno-marcação microglial e astrocitária com anticorpos específicos foi avaliado no córtex e hipocampo. Nossos dados indicam que a taurina e/ou pilocarpina influenciam os parâmetros estudados; a lactação desfavorável modula esses efeitos. A administração de taurina não atenuou os efeitos provocados pela pilocarpina. Investigações futuras são necessárias para aprofundar a relevância desse aminoácido no tratatamento das epilepsias.