Aspectos epidemiológicos e histotecnológicos dos aneurismas e aterosclerose da aorta humana

Abstract

Os aneurismas são definidos como dilatação anormal localizada no vaso sanguíneo, sendo mais comumente aplicados para as dilatações arteriais, embora possa ocorrer em qualquer porção do sistema cardiovascular. O processo aterosclerótico é dito como o principal fator para desenvolvimento do processo aneurismático devido o processo inflamatório gerado na matriz extracelular do vaso sanguíneo. Neste trabalho os objetivos foram realizar os estudos epidemiológicos, histoquímicos, imunoquimioluminescentes de amostras de aneurismas de aorta e aterosclerose humana coletados de cadáveres necropsiados no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Secretaria Estadual de Saúde do estado de Pernambuco – Brasil. Foram selecionados 47 casos de aortas com aneurismas e 20 casos de ateroscleroses aórtica grave, onde retirou-se no seguimento comprometido do vaso um fragmento de 2cm x 2cm imerso em formalina a 10% para realização de biopsias e elaboração de estudos histoquímicos, histopatológicos e histoimunoquimiluminescentes. Para avaliação epidemiológica, coletamos as Declarações de óbitos dos cadáveres. Observou-se uma incidência relevante nos casos de Aneurismas Dissecante da Aorta Torácica (ADAT) com 47%, seguidos de Aneurismas Dissecantes da Aorta Abdominal (ADAA) com 22% e associados com Hematoma Dissecante (HD) 40%. A prevalência de comprometimento para o grupo de aneurisma foi do sexo masculino com 55% (26/47) casos, contudo nos casos de aterosclerose aórtica a prevalência é maior foi no sexo feminino com 55% (N=11/20) casos. Vários são os fatores que podem levar um paciente ao desenvolvimento de aneurismas de aorta humana, entre as co-morbidades observadas na pesquisa a prevalência associadas aos grupos de aneurismas e a aterosclerose estão à hipertensão e tabagismo. Na análise histopatológica dos tecidos, observou-se o perfil inflamatório presente em 70% no grupo de aterosclerose, o processo hemorrágico foi prevalente nos casos de ADAA com 87% dos casos. Ao avaliar o perfil de destruição das fibras elásticas e colágenas através das colorações de Pricosirius e Tricrômico de Masson respectivamente, observou-se que as forte degradação nestas fibras nos casos de ADAA. As análises histoimunoquimiluminescentes foram realizadas com a marcação de anticorpos conjugados com éster de acridina. Foi avaliando três anticorpos, como a calprotectina, CD3 e adamalisina-10. A Calprotectina+EA, os valores das Unidades Relativas de Luz (RLU) foram 2.305.320 (±102.890) para ATERO, 3.682.560 (±162.650) para AATD e 2.368.050 (±196.837) para ADAA e controle de 633.700 (±141.387). Ao realizar a marcação de CD3 nos tecidos, obteve-se os seguintes valores de RLU: 274.682 (±102.809) para ATERO, 1.344.120 (±134.040) para AATD, e 260.621 (±200.305) para AAAD. As grupos marcados com ADAM-10+EA apresentaram valores de RLU: ATERO 834.330 (±224.616), para AATD:1.148.270 (±369.446) e AAAD 651.739 (±217.380), já o controle de marcação de ADAM-10 apresentou 110.115 (±156051) RLU. Conclui-se deste estudo que os AATD foram os mais prevalentes no nosso estudo, a aterosclerose, hipertensão e tabagismo estão fortemente associados ao processo de fragmentação da MEC, a degradação das fibras elásticas e colágenas foram muito significantes nas amostras de AAAD e a CD3, ADAM-10 e S100A8/A9 foram bons marcadores nas lesões estudadas neste trabalho, sendo significantes quando comparadas ao grupo controle.