Estudo das emissões de biogás em camadas de coberturas de aterro de resíduos sólidos urbanos

Abstract

Um camada de cobertura eficiente de um aterro sanitário deve ter baixa permeabilidade às águas das chuvas e ao biogás produzido pela decomposição dos resíduos. De forma a minimizar, quantidade de água que infiltra no aterro e as emissões fugitivas para a atmosfera. Este trabalho objetivou, especificamente, avaliar as emissões de biogás pelo sistema de drenagem e em três diferentes configurações de camada de cobertura ao longo do tempo (2009-2012), em uma célula experimental localizada no antigo Aterro de resíduos da Muribeca,Jaboatão dos Guararapes/PE. Uma das camadas apresentou uma composição convencional de 70 cm de solo compactado, e as demais foram confeccionadas com materiais alternativos: a barreira capilar foi constituída por uma subcamada de pedra britada com espessura de 20 cm, sobreposta por uma subcamada de 50cm de solo compactado e a camada metanotrófica, composta por uma subcamada inferior de 30 cm, constituída com solo compactado e uma superior também de 30 cm com mistura de solo e composto de podação (nas proporções de 1:1 e 3:4). As determinações dos fluxos dos gases CH4 e CO2, em cada tipo de cobertura da célula experimental, utilizou a metodologia do ensaio com placa de fluxo estática descrita por Maciel (2003). Analisando dados históricos das emissões pela camada de cobertura obtidos nos doutoramentos de Maciel (2009) e Lopes (2011), e os resultados obtidos nesta dissertação, pode-se observar que a emissão de biogás tanto pelo sistema de drenagem quanto pela camada de cobertura foi significativamente reduzida ao longo do tempo, devido a redução da matéria carbonácea nos resíduos aterrados. Também pode-se observar uma forte influência dos períodos secos e chuvosos em ambas as emissões. Com relação as camadas de cobertura estudadas, as emissões fugitivas pela Camada Convencional apresentou um fluxo de metano 6 vezes maior para a camada metanotrófica e 15 vezes maior para a barreira capilar. Onde, além das características construtivas da camada de cobertura, o fator que mais influenciou foi a pressão do biogás dos resíduos aterrados.