Ensino de Filosofia e consciência crítica numa perspectiva marxista

Abstract

Uma das grandes questões da filosofia é a questão do Ser, ou seja, a essência do que existe, em especial a essência humana ou, em outras palavras, o que é humano. Karl Marx (1818-1883) revolucionou a forma de se compreender o Humano ao retirar-lhe

atributos a-históricos e pensando-o sob a perspectiva do materialismo histórico- dialético. Deste modo, o ser humano passa ser compreendido em sua complexidade

dialética dentro de um contexto sócio-historicamente determinado, ou seja, a partir da concretude de sua existência. Na esteira do marxismo, sob a perspectiva do trabalho como práxis e sua alienação, István Mészáros (1930-2017) busca compreender tais implicações sobre o ser humano pelas suas relações de trabalho e educação – socialização – liberdade e ideologia. Neste sentido, o objetivo geral desta pesquisa é investigar a formação humana enquanto relação entre trabalho, alienação e consciência crítica, numa perspectiva marxista, e um possível diálogo/trabalho com alunos do ensino médio. A Escola, com suas contradições internas – que são espelho e reflexo das contradições da própria sociedade –, assume importância crucial ao se revelar como um campo de disputa de interesses diversos e por ter papel preponderante na formação dos sujeitos, individuais e coletivos, nas sociedades contemporâneas. Com efeito, pensar o lugar que a filosofia e seu ensino ocupam na realidade escolar brasileira nos impõe ter que compreender os descaminhos percorridos por tal saber em território nacional ao longo de nossa história, isso implicaria percorrer suas mais variadas formas de organização e expressão, além de considerar, de forma dialética, os diversos fatores presentes na estrutura social em questão. Assim, compreender convergências e divergências, numa perspectiva marxista, entre educação, ensino de filosofia e sociedade pode contribuir para uma concepção de educação verdadeiramente emancipadora.