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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/66188
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Título: | Vozes femininas na História do Livro Medieval: a palavra de Christine de Pizan |
Autor(es): | MELO, Amanda Batista de |
Palavras-chave: | história do livro; história do livro medieval; história da mulher medieval; biblioteconomia |
Data do documento: | 7-Ago-2025 |
Citação: | MELO, Amanda Batista de. Vozes femininas na História do Livro Medieval: a palavra de Christine de Pizan. 2025. Trabalho de Conclusão de Curso (Biblioteconomia, Departamento de Ciência da Informação) - Universidade Federal de Pernambuco: Recife, 2025. |
Abstract: | Durante a Idade Média, a produção e circulação de livros é fortemente associada a estruturas religiosas, cortesãs e universitárias, nas quais a participação feminina é frequentemente marginalizada ou silenciada. Nesse cenário, a História do Livro configura-se como campo de estudo capaz de registrar e interpretar as transformações materiais e os processos socioculturais que moldam a produção, a circulação e o uso do livro. Christine de Pizan (c. 1364–c. 1430), escritora e produtora de manuscritos, destaca-se na Europa Ocidental dos séculos XIV e XV como figura que confronta padrões misóginos e estabelece uma presença singular na tradição intelectual medieval. Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar o contributo intelectual da autora para a História do Livro Medieval, considerando os aspectos sociais, culturais e de gênero da época. A metodologia adotada é de tipologia exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e histórico-cultural, desenvolvida por meio de levantamento bibliográfico e documental, integrando fontes primárias — obras da própria Christine — com literatura especializada em História do Livro e História das Mulheres no medievo. O estudo analisa quatro obras centrais: Epistre au dieu d’amour (1399), Le Dit de la Rose (1401), Espistre sur le Rommant de la Rose (1401) e La Cité des Dames (1405), enfatizando as estratégias discursivas empregadas para afirmar uma voz feminina na literatura medieval e no debate moral, especialmente em resposta às representações misóginas presentes no Roman de la Rose (c. 1230–1275). A análise abrange edições críticas e fac-símiles de manuscritos produzidos no scriptorium da autora em Paris, entre o final do século XIV e o início do XV, assim como estudos paleográficos e codicológicos que elucidam suas práticas de revisão, assinatura autoral e controle da produção. Os resultados indicam que Christine de Pizan rompe com padrões dominantes do discurso masculino e inaugura um modelo pioneiro de atuação intelectual feminina na Idade Média. Suas obras revelam argumentação consistente, fundamentada em erudição, referências clássicas e observações sobre seu contexto social, visando a defesa das mulheres. As análises codicológicas demonstram que Christine supervisiona integralmente a produção de seus manuscritos, revisando textos, realizando alterações, assinando seu nome e coordenando iluminuras e rubricas, o que evidencia sua autonomia autoral. Assim, o estudo reafirma o papel central de Christine de Pizan na consolidação da autoria feminina e amplia a compreensão da mulher como agente ativa nos processos de produção e transmissão do conhecimento escrito. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/66188 |
Aparece nas coleções: | TCC - Biblioteconomia |
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