Análise de indicadores operacionais e públicos de sustentabilidade econômico-financeira de uma distribuidora de energia elétrica após a privatização

Abstract

A transição do modelo estatal para o privado no setor elétrico brasileiro implicou diversas mudanças operacionais e econômicas, especialmente diante da evolução tecnológica e da necessidade de maior eficiência. Nesse contexto, o desempenho empresarial torna-se elemento crucial para a atratividade do negócio e para os seus reflexos no desenvolvimento socioeconômico, sobretudo em setores estratégicos e regulados, como o setor elétrico. Este trabalho tem como objetivo analisar o desempenho empresarial da Equatorial Energia Piauí, subsidiária da Equatorial Energia S.A. (EQTL3), no período de 2017 a 2024, abrangendo os anos anteriores e posteriores à sua privatização. A análise será realizada à luz dos indicadores operacionais e dos indicadores públicos de sustentabilidade econômico-financeira. A metodologia adotada é de natureza qualitativa e quantitativa, baseada no exame da evolução de indicadores operacionais e de sustentabilidade econômico-financeira. Os dados utilizados foram extraídos das demonstrações contábeis publicadas pela Equatorial Energia S.A., bem como dos relatórios de indicadores divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), correspondentes ao período de 2017 a 2024. A análise dos dados evidencia uma melhora significativa no desempenho da empresa após a privatização, resultado das ações implementadas pela nova gestão. Essa melhoria pode ser atribuída, principalmente, ao foco da administração em variáveis-chave do negócio, como o combate às perdas, a eficiência operacional e os investimentos contínuos. No que diz respeito à redução de perdas, observou-se que, já no terceiro ano da gestão privada, os indicadores ficaram abaixo dos limites regulatórios estabelecidos pela ANEEL. Quanto à eficiência operacional, os resultados demonstraram que, no segundo ano após a privatização (2020), a empresa foi capaz de gerar um EBITDA positivo, o que permitiu a manutenção do nível de investimentos, com foco na redução de custos e na obtenção de impactos positivos nos processos de revisão tarifária.