Relação entre a percepção da imagem corporal e estado nutricional de estudantes de nutrição

Abstract

A percepção da imagem corporal é motivada por questões sociais, ambientais e, fortemente, pela mídia, a qual impõe um padrão de beleza associado à magreza ou aos corpos musculosos. O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a percepção da imagem corporal e o estado nutricional de estudantes universitários do curso de Nutrição, analisando possíveis distorções da autoimagem e sua associação com comportamentos alimentares e riscos de transtornos alimentares. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, de caráter transversal, que contou com a participação de 49 estudantes regularmente matriculados nos 1°, 2° e 6° períodos, com idade média de 20,8 anos. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos (peso, altura e IMC), além da aplicação de instrumentos psicométricos como o Eating Attitudes Test (EAT-26) para avaliação de risco de transtornos alimentares, e a Escala de Silhuetas de Stunkard para mensurar percepção e satisfação com a imagem corporal. Os resultados revelaram que a maioria dos participantes apresentava estado nutricional de eutrofia (81,6%), embora 65,3% manifestassem distorção da imagem corporal – mais prevalente entre os homens (81,8%). Apesar disso, 77,6% declararam estar satisfeitos com o próprio corpo. Já em relação ao EAT-26, 12,2% dos estudantes apresentaram pontuação indicativa de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Os dados demonstram que, mesmo entre estudantes de Nutrição, há uma prevalência considerável de distorções na autoimagem e comportamentos alimentares de risco. Esses achados apontam para a necessidade de ações educativas voltadas para a promoção da autoestima, valorização da diversidade corporal e prevenção de transtornos alimentares no ambiente universitário.