Conhecimento dos enfermeiros sobre a criação e aplicabilidade do plano de parto: Revisão integrativa

Abstract

Introdução: O parto é um momento único da vida de uma mulher e de seus familiares. Deve ser garantido a ela, principalmente, a prestação de um serviço humanizado a fim de prevenir a violência institucional contra essas mulheres. No Brasil o número de partos cesáreos chega a aproximadamente 55%, sendo a segunda maior taxa mundial, contradizendo a OMS ao indicar que a taxa ideal para partos cesáreos deve estar entre 10 a 15%. O motivo para os números estarem elevados dessa forma está relacionada a questões culturais e até mesmo a predileção do profissional pelo procedimento em relação ao parto normal. É importante ressaltar que o pré-natal é onde a gestante e sua família podem criar vínculos de apoio e confiança a partir do cuidado físico e mental, além de receberem informações e orientações confiáveis e necessárias. Uma estratégia utilizada pelo enfermeiro durante as consultas de pré natal nas Unidades Básicas de Saúde é a elaboração de um Plano de Parto (PP). O PP é um documento educativo desenvolvido pelo profissional de enfermagem durante o período gestacional para expressar os cuidados desejados pela gestante durante o trabalho de parto, o parto e o pós parto. Favorece a tomada de decisões através da escolha pela posição de parir, uso de analgesia, acompanhante, músicas para ouvir, ingestão de alimentos, tipo de parto, além de evitar e limitar os procedimentos prestados pelo serviço que são sem embasamento científico e que são rotineiros dentro de uma sala de parto. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar o conhecimento de enfermeiros sobre a aplicabilidade do plano de parto através de uma revisão integrativa da literatura. Metodologia: A questão norteadora foi elaborada com o auxílio da estratégia PICO, sendo definida como: "Qual o conhecimento dos enfermeiros sobre a criação e aplicabilidade do plano de parto?". A busca foi realizada em 2024 nas bases SciELO, LILACS, PUBMED e BDENF, considerando o período de 2014 a 2024, sem restrição de idioma. Resultados: Os resultados demonstraram que os enfermeiros apresentam conhecimento limitado sobre o plano de parto, especialmente em sua aplicação prática no pré-natal. Evidenciou-se a necessidade de capacitação profissional e a criação de protocolos que favoreçam a implementação do plano de parto como ferramenta de cuidado humanizado. Entre os principais desafios apontados, destacam-se a falta de preparo técnico, a carência de ações educativas permanentes e a ausência de integração efetiva entre os níveis de atenção à saúde. Considerações finais: A análise dos dados revelou que o conhecimento dos enfermeiros sobre o plano de parto é limitado, o que compromete sua aplicabilidade na assistência pré-natal. Os principais desafios identificados incluem a falta de capacitação profissional, a sobrecarga de trabalho e a resistência a práticas centradas na autonomia da gestante. Apesar disso, os estudos apontam um desejo de mudança, destacando a importância de protocolos assistenciais, educação permanente e formação acadêmica voltada para a humanização do parto.