Variação de traços funcionais em comunidade de formigas ao longo de um gradiente de urbanização

Abstract

As formigas desempenham papéis ecológicos fundamentais nos serviços ecossistêmicos e, além disso, são seres sociais de ampla distribuição geográfica. Sua presença em diversos locais, combinada com sua característica ectotérmica, as tornam excelentes bioindicadoras ambientais, tornando esses animais ideais para estudos sobre os efeitos da urbanização na vida natural dos organismos. A urbanização constitui-se como uma modificação no ecossistema feita pelo homem e que interfere diretamente na vida de inúmeras espécies. A intensificação desse processo vem afetando vários habitats de espécies endêmicas, tornando esses espaços inóspitos para adaptação de grande parte dos animais. Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi verificar se as formigas apresentaram modificações nos traços funcionais, traços fisiológicos e traços morfológicos, ao longo de um gradiente de urbanização. A hipótese inicial era de que as formigas que vivem em áreas mais urbanizadas apresentam uma tolerância térmica maior e traços morfológicos menores. Para testar a hipótese foram coletadas na cidade do Recife, capital de Pernambuco, sete espécies de formigas e onze indivíduos por espécie, em cada área de coleta, ao todo são quinze áreas de coleta. As coletas ocorreram de forma manual e ativa com auxílio de Eppendorfs e as medições dos traços fisiológico e morfológicos foram feitas em laboratório. Os resultados verificaram que as formigas não apresentaram resposta significativa quanto à tolerância térmica máxima e quanto aos traços morfológicos, portanto, as análises das sete espécies em conjunto não resultaram em respostas significativas. Entretanto, nas análises individuais foi verificada uma alteração nos tamanhos da perna e mandíbula da espécie Atta sexdens.