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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64423

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Título: Ecossistemas aquáticos sob diferentes usos da terra e cobertura vegetal na Mata Atlântica do Nordeste Brasileiro
Autor(es): BRAZ, Elaine Cristina Ferreira
Palavras-chave: Floresta Atlântica; Ecossistemas aquáticos; Agricultura de baixo impacto; Índices de vegetação; Qualidade da água
Data do documento: 28-Fev-2025
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: BRAZ, Elaine Cristina Ferreira. Ecossistemas aquáticos sob diferentes usos da terra e cobertura vegetal na Mata Atlântica do Nordeste Brasileiro. 2025. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2025.
Abstract: Ao longo da história do Brasil, a Floresta Atlântica foi — e ainda tem sido —afetada negativamente pelos diversos ciclos econômicos e pela expansão urbana, industrial e agrícola, o que resultou em intenso desmatamento e no uso e ocupação do solo nesse domínio florestal, inclusive no entorno de ecossistemas aquáticos que são imprescindíveis ao abastecimento público com água, por um lado, e de onde agricultores retiram seu sustento, por outro. O objetivo deste estudo foi avaliar a compatibilidade da agricultura familiar de baixo impacto com a manutenção da floresta e da qualidade da água em um Refúgio de Vida Silvestre (RVS) na Mata Atlântica do Nordeste do Brasil. Especificamente, buscou-se: i) identificar as diferentes coberturas vegetais e usos do solo no entorno de riachos localizados em uma comunidade de agricultores familiares no interior do Refúgio; ii) testar, entre os índices de vegetação Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) e Enhanced Vegetation Index (EVI), o mais eficaz para a caracterização espectro temporal da vegetação na Floresta Atlântica Ombrófila Densa; iii) avaliar a qualidade das águas dos riachos em função das diferentes coberturas vegetais e usos do solo de seus respectivos entornos; e iv) investigar a relação entre o índice EVI e o Índice de Estado Trófico (IET) nesses ecossistemas. Foram testadas as seguintes hipóteses: 1) a agricultura familiar de baixo impacto, desenvolvida em meio aos remanescentes florestais da Mata Atlântica pernambucana, é compatível com a manutenção da floresta; 2) é possível assegurar a qualidade das águas nos remanescentes florestais onde há a presença de cultivos agrícolas de baixo impacto; e 3) o IET dos riachos está relacionado à condição da vegetação do entorno. Para tanto, foi realizada a categorização espectro temporal da vegetação, com o teste dos índices NDVI e EVI complementado por geotecnologias, como Aeronave Remotamente Pilotada (ARP); verificadas variáveis físicas e limnológicas; realizados bioensaios de toxicidade com Daphnia magna, para a comparação com a Resolução CONAMA no 357/2005; e analisada a relação entre o EVI e o estado trófico da água de quatro diferentes riachos localizados no Refúgio. O EVI indicou maior correspondência com os achados das atividades de campo, diferenciando melhor os fragmentos de floresta densa dos demais alvos, como as culturas agrícolas e o solo exposto. Havia fragmentos de floresta Atlântica ombrófila densa com tendência de aumento dos índices de vegetação NDVI e EVI em três dos quatro solos no entorno dos riachos pesquisados. Apenas o riacho com a vegetação nativa mais conservada (RC) apresentou Fator de Toxicidade (FTd) = 1 (não tóxico) para Daphnia magna em todos os bioensaios, enquanto o riacho em torno do qual se praticava agricultura de baixo impacto (RM) apresentou efeito tóxico (FTd > 1) em apenas 1/8 das amostras. As concentrações de oxigênio dissolvido também foram maiores no RC e no RM, quando comparados com os outros dois riachos. A turbidez e o fósforo total estavam fora dos limites da CONAMA no 357/2005, com exceções pontuais. As unidades amostrais estavam oligotróficas ou ultraoligotróficas, com exceções pontuais especialmente nos meses de menor pluviometria registrada durante o período de estudo. A análise integrada das imagens de EVI e das capturas aéreas com RPA indicou que a vegetação no entorno dos riachos influenciou a 12 qualidade da água, com vegetação mais densa associada a melhores condições tróficas. Apesar de a regressão linear múltipla e os modelos não lineares aplicados demonstrarem que fatores como o EVI e a pluviometria não explicaram significativamente as variações no IET — sugerindo a necessidade de se considerar outras variáveis para um melhor ajuste estatístico —, dentre os modelos não lineares, a regressão logarítmica apresentou o menor valor de Média dos Quadrados do Resíduo (MQ = 0,0091). Esse estudo indicou que a agricultura familiar de baixo impacto pode ser compatível com a manutenção de fragmentos da Floresta Atlântica Ombrófila Densa, em sucessão secundária, e com a qualidade da água no domínio da Mata Atlântica pernambucana, Nordeste do Brasil. Todavia, o monitoramento contínuo dos ecossistemas estudados e o incentivo a práticas agrícolas mais conservacionistas, com a prioridade para a introdução de espécies nativas nos sistemas florestais pesquisados, são imprescindíveis à sustentabilidade hídrica e socioambiental regional.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64423
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