Please use this identifier to cite or link to this item:
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/63609
Share on
Title: | Encefalopatia hepática em pacientes com Esquistossomose Mansoni |
Authors: | LUCAS, Iris Campos |
Keywords: | Encefalopatia hepática; Esquistossomose hepatoesplênica; Hipertensão portal não cirrótica; Testes psicométricos; Cognição; Saúde pública |
Issue Date: | 14-Mar-2025 |
Publisher: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citation: | LUCAS, Iris Campos. Encefalopatia hepática em pacientes com Esquistossomose Mansoni. 2025. Tese (Doutorado em Medicina Tropical) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2025. |
Abstract: | A encefalopatia hepática (EH) é uma complicação neuropsiquiátrica associada à insuficiência hepática e/ou hipertensão portal, mas sua prevalência em pacientes com esquistossomose hepatoesplênica (EHE) e hipertensão portal não cirrótica (HPNC) permanece pouco estudada. Este trabalho incluiu uma metanálise e dois estudos originais para avaliar a prevalência de EH mínima (EHM) e clínica (EHC) nessa população. A metanálise, que analisou 12 estudos com 575 pacientes, revelou uma prevalência global de EH em HPNC de 12% (IC 95%: 13-18), sendo a EHM mais comum (23%; IC 95%: 13-31) que a EHC (4%; IC 95%: 1-15). A prevalência variou conforme a etiologia da HPNC, sendo maior na trombose venosa portal extra-hepática (25%; IC 95%: 11-45) e menor na doença veno-oclusiva (2%; IC 95%: 0-15). No primeiro estudo original, realizado com 200 pacientes com EHE, a prevalência de EHC foi de 0,5%, enquanto a EHM foi identificada em 24% dos casos utilizando o Teste de Nomeação de Animais (TNA). O TNA mostrou-se fortemente associado à presença de circulação colateral portossistêmica (CCP) (35,1% vs. 15,1%, p = 0,0018) e a um maior Índice Coutinho (1,79 ± 0,26 vs. 1,30 ± 0,84, p = 0,045). Além disso, pacientes com EHM apresentaram escores significativamente mais baixos no Miniexame do Estado Mental (MEEM) (24,06 ± 1,17 vs. 26,04 ± 0,63, p = 0,0003), demonstrando a sensibilidade do TNA para detectar déficits cognitivos mesmo em pacientes com baixa escolaridade. No segundo estudo original, que avaliou o desempenho cognitivo em pacientes com EHE, foram aplicados testes psicométricos como o MEEM, o TNA, o Teste de Desenho do Relógio (TDR), o Teste de Dígitos em Ordem Direta e Inversa (TDI) e o Teste Go/No-Go. Os resultados mostraram que 36,5% dos pacientes apresentaram escores abaixo de 25 no MEEM, indicando comprometimento cognitivo global. O TDR revelou déficits visuoespaciais e de planejamento em 33% dos participantes, enquanto o TDI identificou prejuízos na memória de trabalho em 19%. O Teste Go/No-Go detectou impulsividade motora e déficits de atenção seletiva em pacientes com EHM. Esses achados destacam a natureza multifacetada dos déficits cognitivos em pacientes com EHE, com prejuízos significativos em funções executivas, memória de trabalho e atenção. Conclui-se que a EHM é prevalente em pacientes com EHE (24%) e HPNC (23%), enquanto a EHC é menos comum (0,5% em EHE e 4% em HPNC). A forte associação entre o desempenho no TNA e a presença de CCP reforça a utilidade desse teste como uma ferramenta prática e culturalmente relevante para a detecção de EHM em cenários de recursos limitados. A triagem cognitiva rotineira, utilizando testes psicométricos como o TNA, o MEEM e o TDR, é essencial para identificar precocemente déficits cognitivos e melhorar o manejo clínico nessa população. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/63609 |
Appears in Collections: | Teses de Doutorado - Medicina Tropical |
Files in This Item:
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
TESE Iris Campos Lucas.pdf | 2,31 MB | Adobe PDF | ![]() View/Open |
This item is protected by original copyright |
This item is licensed under a Creative Commons License