ESTUDO FARMACOBOTÂNICO DE Abelmoschus esculentus (L.) Moench (MALVACEAE)

Abstract

O uso de plantas medicinais para cura, prevenção e tratamento de doenças é uma das práticas mais antigas do mundo, desde os tempos pré-históricos até os dias atuais. Dentre as inúmeras famílias botânicas que apresentam uso medicinal pode se citar a família Malvaceae Juss., que comporta diversos gêneros como Abelmoschus Medik., que abriga espécies de uso alimentar e medicinal como Abelmoschus esculentus (L.) Moench (quiabo). Essa planta tem sido utilizada no tratamento de algumas doenças como irritações gástricas, diabetes, hipertensão e outras. Tais aplicações podem ocorrer devido à presença de diversos metabólitos, como alcaloides, saponinas, flavonoides, taninos condensados, óleos voláteis, polifenóis terpenóides e esteróides. Nesse contexto, o conhecimento das características farmacobotânicas são essenciais para o controle de qualidade das matérias primas vegetais, sendo relevantes ferramentas na busca de caracteres que forneçam subsídios à caracterização das espécies, delimitação dos táxons, e possível distinção entre espécies. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo realizar a caracterização morfoanatômica e histoquímica de A. esculentus de modo a oferecer subsídios para o controle de qualidade desta espécie. Com esta finalidade, métodos usuais em anatomia vegetal foram utilizados para o preparo e análise, em microscópio de luz e de polarização, de lâminas semipermanentes contendo secções transversais da raiz, do caule e folha e secções paradémicas da lâmina foliar de A. esculentus. Também foram realizados testes histoquímicos com objetivo de localizar os constituintes químicos em secções transversais da lâmina foliar. O estudo possibilitou a identificação de características anatômicas da raiz, caule, pecíolo e lâmina foliar, evidenciando características destas estruturas, tais como, organização dos feixes vasculares, nervura central, mesofilo, epiderme e presença de drusas. Além disso, a análise histoquímica da folha revelou o local de acúmulo de diversos metabólitos como alcaloides, grãos de amido, compostos fenólicos, compostos lipofílicos, ligninas e taninos. Por fim, o estudo contribuiu com a padronização farmacobotânica da espécie estudada e trouxe dados sobre anatomia da raiz, caule, pecíolo e lâmina foliar, assim como histoquímica das folhas.