ANÁLISE DO PADRÃO RESPIRATÓRIO, FUNÇÃO PULMONAR E TOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO EM PACIENTES CARDIOPATAS CRÔNICOS

Abstract

Introdução: Alterações ventilatórias associadas às cardiopatias limitam a tolerância ao exercício, afetando a fisiologia respiratória. A avaliação integrada da função respiratória e da capacidade de exercício aprimora a compreensão dessas alterações. A avaliação do padrão respiratório surge como uma ferramenta complementar às avaliações tradicionais. Objetivo: Avaliar a função respiratória e a tolerância ao exercício em cardiopatas crônicos por meio da espirometria, manovacuometria, teste de exercício cardiopulmonar e análise do padrão respiratório com o RDA. . Métodos: Estudo transversal realizado entre março e dezembro de 2024 no Hospital das Clínicas de Pernambuco e no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar da Universidade Federal de Pernambuco (LACAP-UFPE). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE (parecer nº 6.387.631). Incluídos adultos sedentários (18-65 anos) com cardiopatias crônicas. Excluíram-se pacientes com angina instável, infarto recente, distúrbios respiratórios, gestantes, fumantes ou com condições que inviabilizaram os testes. As variáveis contínuas foram apresentadas como média ± desvio padrão, e as categóricas, em frequências absolutas (n) e percentuais (%). As variáveis respiratórias, incluindo as do Respiratory Diagnostic Assistant, espirometria e manovacuometria, foram descritas em relação aos valores normativos. Resultados: Foram avaliados 10 pacientes, 80% apresentaram frequência respiratória normal, 40% capacidade vital dentro dos valores de referência, e todos apresentaram alterações na ventilação minuto com relação inspiração-expiração alterada em 80% dos casos. Na manobra de capacidade inspiratória, avaliada com o RDA, 50% apresentaram alterações, e todos estavam fora dos padrões na capacidade vital lenta. Na espirometria, 80% apresentaram VEF1 reduzido e 70% apresentaram CVF alterada. No TCPE, o VO₂ máx médio foi 25,47 ± 6,23 mL/kg/min e a inclinação VE/VCO₂ foi 32,06 ± 9,20. Conclusão: Os achados ressaltam a importância de associar a avaliação do padrão ventilatório às avaliações tradicionais no manejo de pacientes com cardiopatias crônicas.