Atividade biológica do solo em áreas de fruticultura na Mata Atlântica

Abstract

A qualidade do solo é um fator essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas naturais e agrícolas, sendo influenciada por diversos atributos físicos, químicos e biológicos presentes. O Instituto de Pesquisas Agronômicas de Pernambuco (IPA) desenvolve pesquisas voltadas para árvores frutíferas de interesse comercial, na Estação de Itapirema, e há pelo menos 10 anos não faz o manejo das áreas cultivadas com abacateiros (Persea americana), jaqueiras (Artocarpus heterophyllus) e sapotizeiros (Manilkara sapota). O objetivo deste trabalho foi determinar se a qualidade do solo é influenciada pela cobertura com essas fruteiras exóticas, comparando-se com a área de Mata Atlântica típica do local. Foram coletadas oito amostras de solo em cada cultivo e na Mata, analisando atributos físicos, químicos e biológicos (atividade da arilsulfatase, beta-glucosidase e fosfatase, e respiração induzida pelo substrato). Pelas análises univariadas foi possível observar diferenças químicas e físicas entre as áreas; na área com jaqueiras foram registrados maior pH e teores de K, Na, Ca, Mg, SB, CTC e V. Os solos de Mata Atlântica apresentaram o menor pH e os menores valores de P, K, Na, Ca, Mg, SB, CTC, e saturação por bases (V) além de areia grossa. Os maiores valores de atividade da betaglicosidase foram observados na área cultivada com jaqueiras; os valores de C-CO2 foram maiores apenas na área cultivada com abacateiros, não diferindo significativamente nas demais áreas. Os parâmetros químicos do solo e a atividade das enzimas arilsulfatase e betaglicosidase foram os mais responsivos em determinar as diferenças de acordo com a cobertura vegetal (sapotizeiro, jaqueiras, abacateiros ou Mata) das áreas estudadas. O cultivo de árvores frutíferas influencia a fertilidade do solo, a atividade microbiana e a retenção de nutrientes, sendo a jaqueira a espécie que maior favoreceu a fertilidade e a atividade enzimática do solo.