Revisão da literatura sobre a Cannabis sativa: importância do uso medicinal, riscos do uso crônico pela via inalatória e o papel do farmacêutico na dispensação e no cuidado ao paciente

Abstract

Cannabis spp. é uma planta herbácea da família Cannabaceae, amplamente cultivada em diversas partes do mundo e conhecida por diferentes nomes, como maconha, diamba, beck, pango, liamba, marijuana, canja, erva e cânhamo, dependendo da região. A maconha se destaca como uma das drogas ilícitas mais utilizadas globalmente, sendo alvo de intensos debates sobre sua legalização, que variam de acordo com a legislação de cada país. A escolha dessa temática foi motivada pela relevância crescente da Cannabis sativa, especialmente devido aos os efeitos negativos, frequentemente associados ao tetrahidrocanabinol (THC), principal componente psicoativo da maconha, e seus benefícios terapêuticos, geralmente relacionados ao canabidiol (CBD), que não é psicoativo e amplamente utilizado no tratamento de várias doenças. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar os impactos do uso crônico da cannabis sativa por via inalatória, a importância do uso medicinal e o papel do farmacêutico no cuidado dos pacientes e a dispensação da base da cannabis. A metodologia adotada foi uma revisão integrativa, utilizando bases de dados de artigos científicos relevantes, como “SCIELO”, “PUBMED” e “Google Acadêmico", no período de 2015 a 2024. Após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 16 artigos que atenderam aos objetivos propostos pela pesquisa. Os resultados obtidos indicam que a Cannabis sativa apresenta potencial terapêutico e melhora a qualidade de vida, demonstrando eficácia no tratamento da fibromialgia, insônia, no humor, nos sintomas do espectro autista (TEA) e ansiedade. Contudo, seu uso enfrenta atualmente diversos obstáculos, e, quando empregada de forma crônica por via inalatória de forma desordenada, pode estar associada a uma série de prejuízos à saúde, como comprometimento na função psicomotora, no sistema respiratório e, a nível neuropsicológico, na troca de atenção e no processamento das informações. Por fim, os resultados deste trabalho podem contribuir para uma compreensão mais aprofundada dos efeitos benéficos da Cannabis sativa medicinal, bem como dos efeitos prejudiciais associados ao seu uso indiscriminado, sem propósito terapêutico e sem acompanhamento profissional adequado