Potencial antioxidante, cicatrizante e fotoprotetor do extrato metanólico de Clidemia debilis Crueg. e elaboração de formulação semissólida para uso tópico

Abstract

Por ser a primeira barreira física contra agentes invasores, a pele humana torna-se alvo de lesões, incidência de raios solares e outros fatores ambientais. A família Melastomataceae é conhecida por suas atividades antioxidante, anti-inflamatória, fotoprotetora, entre outras. Nessa vertente, espécies dessa família, como Clidemia debilis, possuem um potencial a ser explorado. Nesse contexto, as terapias utilizando plantas medicinais podem tornar-se uma alternativa mais acessível para os cuidados com a pele, visto que essas espécies vegetais são constituídas por metabólitos secundários que exibem atividades antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante, associadas ao processo de regeneração tecidual. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial antioxidante, cicatrizante e fotoprotetor do extrato metanólico de C. debilis, além de elaborar uma formulação semissólida em creme a 5% e a 10%. Nesse sentido, as metodologias empregadas foram: a realização da triagem fitoquímica dos extratos hexano (CdHex), acetato de etila (CdAcOEt) e metanólico (CdMeOH) de C. debilis, além do ensaio de viabilidade celular pelo método de MTT. O CdMeOH foi utilizado para a avaliação da atividade antioxidante através do método de sequestro do radical DPPH e da redução do complexo fosfomolibdênio. Além disso, foi aplicado em ensaio de cicatrização in vitro utilizando a linhagem celular de fibroblastos murinos (L929) e para a avaliação da atividade fotoprotetora. Posteriormente, foi realizada a incorporação do CdMeOH à base comercial Lanette® nas concentrações de 5% e 10% e, por fim, realizada a avaliação das características macroscópicas das formulações. Como resultados, na triagem fitoquímica foram identificados alcalóides, cumarinas, flavonoides, quinonas, saponinas, taninos, triterpenos e/ou esteroides, os quais são conhecidos por suas propriedades antioxidantes, anticâncer, inseticida, entre outras. Os extratos CdHex, CdAcOEt e CdMeOH não foram citotóxicos na maioria das concentrações avaliadas, exibindo uma IC50 de 59,04, 119,6 e > 200 µg/mL respectivamente. Para a atividade antioxidante, foi observado uma IC50 de 8,77 µg/mL no ensaio de DPPH e um efeito oxidante de 90,89%, na concentração de 1000 µg/mL, na redução do complexo fosfomolibdênio. Em relação à atividade cicatrizante, a concentração de 12,5 µg/mL do CdMeOH apresentou a melhor atividade de fechamento da área de lesão nos tempos de 24 e 48 horas. No que se refere à atividade fotoprotetora, o CdMeOH apresentou fator de proteção solar (FPS) de 22,06 na concentração de 400 µg/mL. Quanto às formulações, ambas apresentaram aplicabilidade adequada para futuras utilizações. Portanto, pode-se destacar que a espécie C. debilis demonstrou atividade antioxidante, cicatrizante e fotoprotetora, porém são necessários novos ensaios para aprimorar seu potencial.