Metodologia para categorização dos vasos de pressão para fins da Norma Regulamentadora 13 (NR-13)

Abstract

O presente trabalho propõe uma metodologia para a determinação desta pressão máxima de operação de vasos de pressão através de uma análise estatística, para fins da categorização destes equipamentos em termos das normas legais que definem, dentre outros aspectos, o intervalo máximo entre as inspeções. Baseado em revisão bibliográfica, bibliométrica e ferramentas estatísticas, foram realizados estudos em um conjunto de dez equipamentos, instalados em uma planta brasileira de petróleo e gás, dos quais foram obtidos os registros horários reais da pressão de operação, ao longo de 10 anos de operação, totalizando mais de 800.000 dados, possibilitando, por meio da metodologia proposta, determinar a pressão máxima de operação (PMO) para cada equipamento. Também, para validação da metodologia, um estudo de caso contendo um conjunto de mais de 80.000 valores de pressão de operação, obtidos ao longo de 10 anos de funcionamento, de um equipamento foi analisado tendo a presente proposta sido capaz de identificar os eventos operacionais decorrentes de causas especiais (não normais), validando a análise. Documentos legais em diversos países definem o intervalo máximo permitido entre os exames externos e entre os exames internos, aos quais os vasos de pressão devem ser submetidos. No Brasil, a Norma Regulamentadora número 13 (NR-13) define como um dos parâmetros a ser considerado para fins da categorização dos vasos de pressão a PMO, tendo esta norma sido submetida a várias revisões desde a sua publicação (1978), sendo a mais recente de 2022, onde se destacam a inclusão de aspectos relativos à inspeção baseada em risco, maior prazo para a inspeção em caldeiras que possuem o sistema de gerenciamento de combustão, e a renomeação do profissional habilitado (PH) para a denominação profissional legalmente habilitado (PLH). Os resultados obtidos pela metodologia mostraram a pertinência e consistência do procedimento proposto, que, por um lado mantém as condições de segurança exigidas pela NR-13, e, por outro lado, possibilita potenciais ganhos em termos de: otimização do uso dos ativos, com reflexos na redução dos custos operacionais; aumento da disponibilidade operacional; diminuição de geração de resíduos e mitigação de problemas originados de falha na execução de serviços de manutenção ou inspeção. Este trabalho propõe, ainda, o escopo de uma norma internacional, que congregará as melhores práticas e técnicas aplicadas na indústria mundial, possibilitando a uniformização dos critérios de categorização dos vasos de pressão, com potenciais ganhos em segurança operacional, integridade estrutural, e a competividade empresarial.