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Título: Ironia como estratégia de (im)polidez nos debates presidenciais de 2018
Autor(es): MARQUES, Girllaynne Gleyka Bezerra dos Santos
Palavras-chave: Ironia; (Im)polidez; Debates eleitorais; Gerenciamento do rapport
Data do documento: 1-Mar-2024
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: MARQUES, Girllaynne Gleyka Bezerra dos Santos. Ironia como estratégia de (im)polidez nos debates presidenciais de 2018. 2024. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.
Abstract: O uso de estratégias jocosas, entre as quais se destaca a ironia, para expressar discursos ofensivos tem sido frequente na contemporaneidade, sobretudo em contextos políticos, pela capacidade de se normalizar essas expressões (Wodak; Culpeper; Semino, 2021). Diante desse contexto, o presente trabalho investiga o papel da ironia na (im)polidez a partir dos debates presidenciais de 2018, por serem práticas simbólicas para outras ações políticas e serem afeitas à ironia (Aristóteles, 2007) e à (im)polidez (Tracy, 2017). No quadro investigativo, adota-se um conceito de ironia como uma estratégia discursiva, caraterizada por aresta crítica (Hutcheon, 2000) e associada ao dissenso e conflito (Culpeper; Hardaker, 2017). Já polidez e impolidez são vistas num continuum da (im)polidez (Eelen, 2001; Watts, 2003; Culpeper, 2011a), enquanto ações discursivas e seus efeitos de promover harmonia e/ou desarmonia da relação, o que vincula a (im)polidez aos quadros teóricos do gerenciamento do rapport (Spencer-Oatey, 2005) e do trabalho de face (Goffman, 2011). Amplia-se ainda o conceito de ironia para integrar os efeitos interacionais, como sua função de ofensa, elevação de status, controle emocional e humor (Dews; Kaplan; Winner, 2007), que podem coexistir, sobrepor-se num processo de tingimento (Colston, 2007) ou se cancelar (Tselika, 2015). Atenta-se que a multifuncionalidade é viabilizada pelo aspecto ambíguo oriundo da circunlocução irônica (Hutcheon, 2000), numa conjunção de traços cruciais que elucidam o papel da ironia na (im)polidez. Assim, aponta-se que, devido a multifuncionalidade, ambiguidade e circunlocução, a ironia se constitui como um recurso útil para os candidatos gerenciarem seu relacionamento com os demais participantes do debate profusamente e de acordo com seus interesses particulares. Então, a pesquisa analisa o papel da ironia como estratégia discursiva e seus efeitos de (im)polidez nos debates presidenciais de 2018. Para tanto, o corpus mais amplo se constituiu dos debates presidenciais televisionados de 2018, construindo uma amostra das 113 interações com usos de ironia, que foi, inicialmente, tratada quantitativamente para sistematizar a conexão da ironia e (im)polidez. Em seguida, para associar as funções da ironia a seus efeitos no gerenciamento do rapport, sucedeu-se à análise interpretativa, situada e interacional de 16 interações irônicas, baseando a discussão em pistas de contextualização, reações e discursos presentes na interação e sugestivos de como a ironia foi compreendida e avaliada em termos de (im)polidez. A pesquisa recorreu a abordagens discursivas e pragmáticas da ironia e (im)polidez, notadamente a Sociolinguística Interacional, refletindo ainda sobre aspectos da comunicação na política. Os resultados indicam que um uso mais de frequente de ironia em interações conflituosas, o que atesta sua associação a situações de dissenso. Foi notável ainda o papel de ironia no trabalho de face, pois, mesmo casual, a ironia foi usada em contextos harmoniosos, evidenciando a importância das demais 8 funções da ironia, como o humor e a elevação de status. Dessa forma, a ironia atuou, nos debates eleitorais de 2018, como um recurso de crítica, catalisando ocorrências de impolidez, mas desempenhou papel relevante para o trabalho de face, em situações conflituosas e equilibradas, demonstrando sua relevância para o gerenciamento do rapport em diversas direções.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/61954
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