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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/60102

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Título: A dama bruxa : representações do imaginário sobre a personagem feminina medieval franco-bretã e seus ecos residuais na literatura nordestina do século XX
Autor(es): BERSET, Milena da Costa
Palavras-chave: Literatura Medieval; Personagem feminina; Imaginário Coletivo; Representação Social; Literatura Nordestina
Data do documento: 13-Mar-2024
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: BERSET, Milena da Costa. A dama bruxa: representações do imaginário sobre a personagem feminina medieval franco-bretã e seus ecos residuais na literatura nordestina do século XX. 2024. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.
Abstract: Quando pensamos em literatura, sempre nos indagamos sobre seu poder influenciador nos diversos âmbitos sociais, muito além do hábito de leitura. Como agente formador e transformador de sujeitos, as obras literárias propagam ideias e comunicam ideologias através de seus enredos e personagens, se inspirando [e sugestionando] nos valores comunitários de determinadas épocas e/ou sociedades. Ao voltarmos nosso olhar para a literatura medieval, percebemos que seu tópos continua bastante presente na sociedade atual através do imaginário de cavaleiros e damas. Diante de uma necessidade humana de imaginar realidades ficcionais, nossa pesquisa busca compreender o quanto os textos medievais franco-bretões contribuíram para a cristalização negativa das personagens femininas, transformando-as na origem do sofrimento masculino e posteriormente de toda a comunidade como feiticeiras, surgindo nossa problemática: o que explicaria o declínio progressivo dessas heroínas medievais [e consequentemente da mulher na Idade Média] e em qual medida essa aversão pela figura da bruxa é uma expressão de convicções sociais misóginas e religiosas da Idade Média? Outrossim, é possível que essas representações negativas, por sua vez, tenham influenciado a literatura-cultura de outras nações pelo viés da colonização? De fato, podemos inferir que a recepção da narrativa é algo particular e sua receptibilidade [positiva ou negativa] dependerá do vivido do leitor, isto é, seu referencial de mundo. No que lhe concerne, o leitor apto a recontar as narrativas lidas [e “vividas”], torna-se ele mesmo um coautor, pronto a passar adiante a sua “versão”. Cristalizadas no imaginário coletivo, as damas medievais e suas variações transcendem o literário e adentram na cultura dos povos, tendo seus ecos residuais eternizados em histórias populares e contos folclóricos. Através da revisão bibliográfica de historiadores como Georges Duby, Silvia Federici, Jacques Le Goff, Claude Lecouteux, Laurence Harf-Lancner, entre outros, somados às teorias de Paul Ricoeur sobre a simbólica da mancha na construção da figura feminina e Jean Delumeau sobre a pedagogia do medo, postulamos que a verossimilhança da literatura medieval com o imaginário da época, possibilitou um estreitamento do ficcional com o real, ocasionando conflitos que enfraqueceram o poder feminino na sociedade. Como corpus utilizaremos a Matéria da Bretanha com seus lais [dos Bretões e Marie de France] e obras arturianas, particularmente História dos Reis da Bretanha [Geoffrey de Monmouth, século XII] e A Morte de Arthur [Thomas Malory, século XV], bem como a análise das principais personagens femininas do romance potiguar As pelejas de Ojuara [Nei Leandro de Castro, século XX], em uma abordagem qualitativa e bibliográfica sócio literária de macroanálise e microanálise, a fim de: verificar a atuação das Damas/Bruxas na literatura medieval franco-bretã; analisar os ecos residuais dessas personagens na construção da imagem feminina na literatura nordestina do século XX.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/60102
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado - Teoria da Literatura

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