Biomarcadores Imunológicos na Leshmaniose Visceral Humana: Uma Revisão Integrativa

Abstract

A leishmaniose visceral humana (LVH) é uma doença grave causada pelo complexo Leishmania donovani. Sua transmissão ocorre por meio de um flebotomíneo (mosquito-palha) e afeta homens e animais, sendo cães domésticos os principais reservatórios da enfermidade. A LVH caracteriza-se por uma abrangência de formas clínicas, que podem variar em forma assintomática, oligossintomática, aguda e crônica. O controle da infecção por Leishmania spp. ocorre por meio da ativação do sistema imunológico, em que estão incluídas células do sistema imune inato, como os monócitos, neutrófilos, além dos linfócitos TCD4+ da imunidade adaptativa, composta pelos subgrupos Th1, Th2 e Th17. As células Th1 produzem citocinas associadas à defesacontra agentes infecciosos intracelulares, como IL-12, IL-2, TNF, já as Th2 secretam citocinas anti-inflamatórias como a IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13 que atuam no controle da infecção, entretanto, o subgrupo Th17 secreta citocinas como IL-17F, IL-21, IL-22 e IL-23 para induzir inflamação tecidual. Assim, é necessário destacar a relação dos biomarcadores imunológicos às formas clínicas, para uma melhor compreensão dos diferentes aspectos clínicos relacionados à LVH. Portanto, este trabalho descreve os principais biomarcadores imunológicos na leishmaniose visceral humana. A pesquisa foi baseada em uma revisão integrativa da literatura a partir da coleta de dados entre o período de 2014 a 2024, sendo aplicados critérios específicos de exclusão, com a eliminação de artigos em duplicidade em mais de uma base de dados (BVS, PubMed e SciELO), materiais sem acesso gratuito, resumos e artigos de revisão. Após a coleta, os dados foram interpretados, destacando os aspectos que ainda necessitavam de uma investigação mais aprofundada. Inicialmente, foram selecionados 59 artigos, destes, apenas 4 estavam de acordo com os critérios de inclusão. Assim, três artigos correlacionaram a IL-2 com alguma situação clínica do paciente, seja ela, fase aguda, assintomática ou pós tratamento (cura). Apenas um artigo correlacionou o MCP-1 com os assintomáticos e um artigo destacou a IL-10 como biomarcador da conversão de casos assintomáticos para sintomáticos. Dessa forma, pode-se observar que os principais biomarcadores para assintomáticos são MCP-1 e IL-2, já os de fase agudasão TNF e IL-2 e, para pós-tratamento (cura), níveis elevados de IL-2 continuam presentes. Portanto, é necessária a realização de mais estudos para identificação de novos biomarcadores na LVH para uma melhor compreensão do espectro clínico da doença.