Fatores associados ao apoio da rede social às mães de prematuros hospitalizados

Abstract

A hospitalização de recém-nascidos prematuros implica na permanência prolongada das mães na instituição, gerando ansiedade e tensão devido à separação do filho e à incerteza sobre sua sobrevivência. Nesse contexto, o apoio das redes sociais primária e secundária ajuda as mães a enfrentarem essas dificuldades. O objetivo do estudo foi avaliar os fatores associados ao apoio da rede social às mães de prematuros hospitalizados. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, que analisou dados do projeto “Apoio da rede social às mães de prematuros hospitalizados”, com amostragem intencional de 53 participantes, todas mães de prematuros internados no período do estudo. No projeto original, os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais às mães de recém-nascidos prematuros internadas em um hospital universitário de Recife, Pernambuco no período de março a agosto de 2024. Os dados foram codificados no Epi Info 3.5.2, validados e transferidos para o IBM® SPSS® 25.0 para análise estatística. As variáveis qualitativas foram analisadas por frequências, e as quantitativas por medidas de tendência central e dispersão. A análise bivariada foi conduzida com os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher para verificar os fatores associados ao apoio da rede social, com nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco. Os resultados evidenciaram que o apoio da rede social, tanto primária quanto secundária, esteve presente para 98,11% das mães. O apoio emocional e presencial, como a presença constante do pai, desabafos e afetividade, apareceu em 38,3% dos relatos. O apoio informativo, com conselhos e informações úteis, e o apoio material, como ajuda para ir ao médico e nas tarefas domésticas, destacaram-se em 84,9% das entrevistadas. Houve menor participação da rede social secundária informal, como atividades esportivas e reuniões de associações, evidenciado em 88,68% e 98,11% respectivamente. No âmbito hospitalar, o apoio informativo dos profissionais de saúde prevaleceu em 98,11%, sendo o enfermeiro o principal ator, representando 34% dos casos. Os fatores estatisticamente associados ao apoio da rede social às mães foram: comorbidades maternas, como diabetes gestacional (p=0,049); religião católica e evangélica (p=0,044); comorbidades neonatais, como prematuridade sem outras comorbidades associadas (p=0,017) e outras condições clínicas (p=0,036); possuir equipamentos como notebook/celular (p=0,040) e presença de aborto(p=0,026). O apoio emocional e o apoio informativo foram as principais práticas de apoio oferecidas, com o envolvimento ativo tanto da rede primária, composta principalmente por esposo/companheiros, quanto da rede secundária, com os enfermeiros como autores mais presentes. O estudo verificou que mães de prematuros que apresentaram diabetes gestacional, comorbidades neonatais, religião católica ou evangélica, que possuíam bens de consumo como notebook/celular recebem maior apoio de sua rede social. Espera-se a formação de profissionais sensíveis às necessidades dessas mães e a implementação de estratégias de acolhimento, para garantir um cuidado integral e humanizado.