A formação em nutrição e a predisposição ao desenvolvimento da ortorexia: uma revisão integrativa

Abstract

A Ortorexia Nervosa é considerada um distúrbio alimentar caracterizado pela busca obsessiva por uma alimentação saudável. Nesse contexto, o indivíduo restringe severamente seu consumo alimentar, classificando certos grupos de alimentos como “impróprios”. Estudantes de nutrição e nutricionistas são particularmente vulneráveis a esse distúrbio, pois atuam na área da saúde e são frequentemente pressionados a manter hábitos alimentares exemplares. O objetivo dessa revisão foi identificar a produção científica em publicações da área da saúde sobre a possível relação entre estudantes e profissionais de nutrição e a predisposição ao desenvolvimento da ON. Buscou-se dados de artigos científicos indexados nas bases de dados PubMed (Public Medline), Scielo (Scientific Electronic Library Online), Periodico CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e MedLine (National Library of Medicine, publicados entre 2015 e 2024, na língua inglesa, portuguesa, espanhola e francesa no qual 13 artigos fizeram parte da revisão. Os resultados obtidos foram que há uma relação entre o surgimento da ortorexia nervosa e estar envolvido com a ciência da nutrição, necessitando discussão sobre o assunto visto que pode levar a outros desvios de condutas alimentares. Além disso, mesmo com o conhecimento acerca da alimentação saudável, o estudante não está protegido de desenvolver essa conduta. Também há um maior aparecimento em alunos de nutrição quando comparado com outros cursos. As mídias sociais são uma influência para o desenvolvimento em população de risco. Há controvérsias em relação se o IMC estava relacionado ou não ao surgimento da ortorexia nervosa. Os anos iniciais do curso são os que se mostraram com maior tendência na alta prevalência desse desvio de conduta alimentar e ela parece se desenvolver mais no sexo feminino. A preocupação constante com a alimentação adequada pode levar ao estresse, ansiedade, culpa, diminuição do prazer, deficiências nutricionais, comprometimento nutricional e aumento de infecções alimentares. Dessa forma, torna-se necessário o acompanhamento nutricional com nutricionista especializado, o apoio familiar e estudos futuros para que possam desenvolver uma abordagem eficaz para o tratamento mais eficiente