Consumo alimentar e estado nutricional de escolares de 7 a 10 anos de idade do município de Jaboatão dos Guararapes, PE - Brasil

Abstract

A obesidade infantil é uma crescente preocupação em saúde pública, especialmente em áreas urbanas, onde o consumo de alimentos ultraprocessados é prevalente. Esse cenário é agravado por diversos fatores, como a urbanização acelerada, o aumento da disponibilidade de alimentos pouco nutritivos e as mudanças nos consumos alimentares familiares. Além disso, a influência do ambiente escolar na alimentação das crianças é significativa, uma vez que a escola é um dos principais espaços onde os hábitos alimentares são moldados. Dessa forma, investigar o consumo alimentar no ambiente escolar torna-se fundamental para entender e combater a obesidade infantil. Este estudo tem como objetivo investigar a relação entre o consumo alimentar, de acordo com o grau de processamento do alimento, e o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos de idade do município de Jaboatão dos Guararapes, PE, Brasil. A pesquisa foi conduzida em duas escolas particulares, com uma amostra de 70 alunos, utilizando um desenho de estudo descritivo e transversal. Foi aplicado um recordatório de consumo alimentar de 24 horas, para avaliar a frequência de consumo de diferentes grupos alimentares; além disso, foram avaliadas medidas antropométricas de peso, altura e circunferência do abdômen, para determinar o estado nutricional dos participantes. Os dados foram analisados com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0, empregando testes estatísticos como o qui-quadrado de Pearson e ANOVA one-way, com um nível de significância de p<0,05. Os resultados indicaram que as crianças com obesidade realizam menos refeições do que as crianças com sobrepeso e peso adequado. Também foi observado que muitos alunos apresentavam consumos alimentares inadequados, caracterizados por uma alta ingestão de alimentos ultraprocessados, o que pode trazer sérias implicações para a saúde a curto e longo prazo. Em conclusão, a pesquisa ressalta a importância de intervenções educativas que promovam hábitos alimentares saudáveis desde a infância, além da necessidade de políticas públicas que incentivem a oferta de alimentos saudáveis tanto nas escolas quanto nos domicílios.