Maloclusões em crianças e adolescentes autistas

Abstract

A maloclusão é um dos problemas bucais mais prevalentes no mundo. Na sua etiologia multifatorial encontram-se destacados os hábitos bucais parafuncionais ou deletérios. Crianças e adolescentes no Transtorno do Espectro do Autismo apresentam estereotipias e movimentos repetitivos, que podem estar associados a uma maior predisposição para essas alterações. A maloclusão pode afetar a função mastigatória, a fala e a estética, trazendo mais desafios em termos de qualidade de vida para essa população. O objetivo deste trabalho foi avaliar se existem evidências científicas sobre uma maior prevalência de maloclusões em crianças e adolescentes autistas. Desenvolveu-se uma revisão integrativa da literatura, a partir do Método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, mais conhecido pela sigla PRISMA, a partir dos portais eletrônicos PubMed, da United States National Library of Medicine e da BVS, Biblioteca Virtual em Saúde, com suas principais bases de dados. Foram considerados os descritores ou termos alternativos “transtorno do espectro autista”, “maloclusão”, “crianças” e “adolescentes”, nos idiomas português, inglês ou espanhol. Esses combinados aos operadores booleanos “AND” e “OR " no formulário de busca avançada. Consideraram-se artigos científicos, sem delimitação temporal. A partir de 38 registros foram incluídos oito registros, aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. Mesmo apresentando evidências acerca da presença de bruxismo, mordida cruzada, mordida aberta e overjet nesse grupo de indivíduos, os resultados dos estudos apresentaram controvérsias sobre a existência de evidências científicas suficientes quanto a uma maior prevalência das maloclusões em crianças e adolescentes autistas, quando comparadas com “neurotípicos”.