Interpretação das variáveis da função diafragmática avaliada pela ultrassonografia em crianças com Síndrome congênita do Zika Vírus: relato de Casos

Abstract

A cinemática do diafragma reflete a distância do deslocamento do músculo diafragma durante inspiração e expiração e também o padrão respiratório de diferentes condições clínicas cardiorrespiratória e neurológica. Ainda não foi estudada a avaliação ciclo a ciclo cinemática do diafragma por meio da ultrassonografia diagramática em crianças com comprometimento neurológico como a Síndrome congênita do Zika vírus. O objetivo desses relatos de casos foi avaliar, descrever e interpretar a resposta da mobilidade diafragmática média, a mobilidade diafragmática ciclo a ciclo, a velocidade de encurtamento diafragmático e espessura diagramática de dois casos de crianças com síndrome congênita do Zika vírus, com idade média de 17,78 meses. A ultrassonografia diagramática foi realizada no hemidiafragma direito no modo B e no modo M com transdutor linear. A mobilidade diafragmática foi obtida pela média de três ciclos respiratórios consecutivos e pela avaliação ciclo a ciclo de três ciclos. O caso 1 apresentou mobilidade adequada e espessura aumentada para a idade e o caso 2 apresentou mobilidade e espessura diafragmática diminuídas. Os casos 1 e 2 apresentaram ausência da variabilidade diafragmática ciclo a ciclo em dois ciclos respiratórios e apresentaram estado funcional moderado. Criança com pior condição neurológica e motora parece apresentar mobilidade e espessura diafragmática diminuídas, caracterizada pela fraqueza diafragmática crônica. A análise do padrão respiratório avaliado por meio da avaliação ciclo a ciclo da respiração pela USD parece facilitar a interpretação da cinética diafragmática e também identificar possível padrão de disfunção do SNA pela ausência de variabilidade na mobilidade diafragmática e tempo inspiratório em crianças com comprometimento neurológico da Síndrome Congênita Zika Vírus.