Ângulo de fase como preditor de desnutrição e fatores associados em pessoas idosas hospitalizadas

Abstract

Analisar o ângulo de fase padronizado como preditor da desnutrição seus e fatores associados em pessoas idosas hospitalizadas. Estudo transversal, realizado com pessoas idosas internadas em enfermarias de um hospital público universitário do Nordeste do Brasil no período de maio a outubro de 2021. O ângulo de fase foi obtido por meio da bioimpedância elétrica e sua padronização foi realizada a partir do desvio padrão referente a faixa etária e ao sexo do indivíduo. Foram avaliados o índice de massa corporal, o índice de massa muscular esquelética apendicular e a força de preensão palmar como variável antropométrica. A variável clínica foi composta pelas medicações em uso e presença de comorbidades. Além disso foi avaliado a idade, sexo, escolaridade, situação conjugal, renda per capita, o hábito de fumar, o consumo de bebida alcoólica e a prática de atividade física. Os dados foram tabulados pelo programa Excel (versão 2310 Build 16.0.16924.20054) e analisados pelo programa SPSS (versão 13.0). Foi utilizado o teste qui quadrado e a Razão de Prevalência, considerando um p < 0,05. A desnutrição variou de acordo com o instrumento de avaliação, sendo mais frequente quando avaliada pelo ângulo de fase padronizado. O ângulo de fase padronizado mostrou-se associado ao índice de massa muscular esquelética apendicular. Os indivíduos com massa muscular reduzida tiveram 1,44 vezes mais frequência de ângulo de fase reduzido. Houve associação do ângulo de fase padronizado com o sexo (p<0,001) e com a pressão arterial (p<0,05). Foi observado uma associação limítrofe do ângulo de fase padronizado com o diabetes mellitus. Não foi possível observar correlação do ângulo de fase padronizado com as demais variáveis estudadas. O ângulo de fase mostrou-se como uma ferramenta importante na avaliação e acompanhamento da desnutrição em ambiente hospitalar. Seu poder preditivo foi capaz de identificar a desnutrição mesmo em indivíduos considerados não desnutridos por ferramentas comumente utilizadas na avaliação nutricional. Sendo assim, sua implantação como ferramenta de rotina hospitalar promoveria um melhor cuidado nutricional na pessoa idosa, no que diz respeito à desnutrição e seus determinantes.