Comunicação nos serviços de saúde da rede pública da região metropolitana de Recife- PE : percepções da pessoa surda

Abstract

Introdução: Apesar dos princípios de universalidade e integralidade que regem o SUS, observa-se ainda uma significativa limitação na prestação de serviços de saúde à população surda, devido à escassez de profissionais de saúde fluentes na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo, realizada no Laboratório de Fisioterapia e Saúde Coletiva (LAFISC) da UFPE. A coleta de dados ocorreu entre março e julho de 2024, através de entrevistas com um questionário semi-estruturado. Para serem incluídos na pesquisa, os participantes precisavam ter entre 18-70 anos, residir na Região Metropolitana de Recife, atendidos previamente na rede pública de saúde e terem proficiência em LIBRAS. A análise dos dados coletados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Oito indivíduos participaram da pesquisa. Observa-se que, quanto ao gênero, 62,5% eram indivíduos do sexo feminino, 50% são solteiros, 50% se identificavam como brancos e 75% residem em Recife. Os dados coletados foram divididos em categorias temáticas, com suas respectivas subcategorias e núcleos de sentido. Discussão: A análise das respostas obtidas sugerem que há uma discrepância entre o ideal estipulado por lei com a vivência diária dos surdos, que encontram inúmeras barreiras para um atendimento em saúde humanizado. A ausência de competência básica em LIBRAS entre os profissionais de saúde e a necessidade da comunicação indireta nos atendimentos compromete a equidade, pois não considera as diferenças entre surdos e ouvintes, resultando em cuidados inadequados para essa população.