O Percurso da Estética Simbolista em relação à Crítica Literária no Brasil: da marginalização para o resgate e sua apresentação nos materiais didáticos de ensino

Abstract

Considerando um contexto histórico onde a crítica brasileira era influenciada pelo determinismo biográfico de uma crítica francesa positivista, foi preciso reconhecer que o processo crítico do século XIX exerceu um papel excludente no que diz respeito a recepção da estética simbolista. Adiante, no século XX, o processo de revisão dessa crítica trouxe à luz uma poética que revelava um caráter experimental e moderno, o que antecede até mesmo os ideais do movimento modernista brasileiro, o que resultou, nos estudos literários, em um futuro processo de exploração do que foi produzido. Porém, pondo em estatística a parcela de autores revelada no Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, de Andrade Muricy (1965), percebe-se uma lacuna imensa no que vem a fazer parte do atual cânone da Literatura Brasileira a respeito da estética simbolista. Isso posto, o presente trabalho tem por objetivo investigar esse processo da crítica que levou a estética simbolista para a periferia do cânone literário, utilizando conceitos de crítica formulados por Andrade (2020) e apoiado nos preceitos historiográficos de Cândido (2015) e Leminski (1983), bem como o reflexo disso no ensino de Literatura no ensino básico, pois, se existe uma curva exploratória dos estudos literários sobre o Simbolismo, mesmo que a longo prazo, os resultados deveriam ser vistos nos livros didáticos. Porém, estes ainda estão presos a um reducionismo que mostra apenas pouquíssimos autores, com uma redução maior ainda no que diz respeito a sua produção.