A percepção de felicidade na trajetória dos egressos da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (2005-2010)

Abstract

A presente tese está inserida no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco, no Núcleo de Identidades e Memórias, tem como objetivo geral compreender como a trajetória universitária na UFAPE contribuiu para a construção das percepções de felicidade dos seus primeiros egressos e tem como objetivos específicos: analisar a trajetória de vida dos primeiros egressos da UFAPE; identificar a percepção de felicidade dos depoentes; e relacionar os dados coletados que demonstrem a participação da instituição na construção da percepção de felicidade de cada entrevistado. Como tese, defendemos que a trajetória na Universidade Federal do Agreste de Pernambuco contribuiu para a construção da percepção de felicidade dos seus primeiros egressos, na medida em que proporcionou uma formação profissional e humana. Para tornar a felicidade objeto da nossa pesquisa, houve a necessidade de combiná-la com aspectos da educação, da sociologia e da psicanálise, além da filosofia. Isso ocorre porque refletimos sobre a felicidade enquanto construção social, atentando para a forma como as pessoas a percebem e a definem. Para atender nossos objetivos, pesquisamos os vínculos que se estabelecem nessa relação entre felicidade e universidade, atentando para a particularidade do nosso campo de estudo, a UFAPE, que se caracteriza por ser a primeira Universidade do Brasil instalada através do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), na cidade de Garanhuns (PE), no ano de 2005. Utilizamos a metodologia da História Oral para estabelecer e ordenar nossos procedimentos e a coleta dos dados qualitativos. A fase de interpretação e análise das entrevistas se deu através da análise de conteúdo. Identificamos que a educação superior permitiu que os nossos entrevistados alcançassem uma posição socioeconômica mais elevada em relação aos seus pais, uma vez que proporcionou chances de acesso a empregos melhores remunerados e mais qualidade de vida, representando uma quebra de barreira histórica e estrutural. Foi possível também identificar que aspectos como relacionamentos sociais, participação em atividades acadêmicas de pesquisa, ensino e extensão e o apoio e incentivo dos docentes são fundamentais para associar o ambiente universitário à percepção de felicidade. Por outro lado, fatores como dificuldade de aprendizagem, falta de recursos de infraestrutura e a insatisfação com a prática pedagógica docente afetam não só o desempenho acadêmico do discente, podendo levar até a sua desistência e evasão, mas também são vistos como motivos de infelicidade. Dessa forma, constatamos que a trajetória na UFAPE impactou a percepção de felicidade dos nossos colaboradores. Afirmamos que a educação superior se constitui como um caminho para a melhoria da condição e da qualidade de vida, impactando diretamente na percepção de felicidade dos cidadãos, na medida em que proporciona não só o conhecimento técnico e científico, mas também o desenvolvimento de valores éticos que são cruciais para a formação humana e consequentemente para a sociedade.