O devir do professor que ensina matemática em escolas multisseriadas do campo de Buíque-PE : afetos e subjetividades em jogo

Abstract

A presente pesquisa tem na Filosofia da Diferença um plano de imanência fecundo para estudar a formação de professores de matemática que atuam na Educação do Campo, pois, ela permite transitar e ter foco em discussões que envolvem as emoções e a linguagem dos corpos. A trajetória percorrida no bojo da Educação do Campo não é nova e nem recente, mas inaugura um novo paradigma de consciência na luta por políticas públicas que garantam aos trabalhadores do campo alguns direitos, entre outros, o direito à educação, e à uma escola viva onde os saberes camponeses – sejam respeitados e valorizados. Trata-se de uma pesquisa que converge para os estudos de Deleuze e Guattari, os quais apontam a Filosofia da Diferença como cerceada de multiplicidade, singularidade, devir, alteridade e subjetividade, logo consideramos estes aspectos ao estudar o professor. É uma pesquisa classificada como de campo, que por estar no plano de imanência da cartografia e da subjetividade dos sujeitos, possui uma abordagem qualitativa, com ponto de partida nos significados das experiências humanas. Os procedimentos seguirão em primeiro momento visita aos estabelecimentos escolhidos com apresentação da proposta e estudo na pesquisa pelo pesquisador e convite para participação na mesma aos professores. Posteriormente realizar-se-á entrevista semiestruturada, aplicação de questionário e a construção de mapas narrativos pelos entrevistados. Os principais teóricos que são base desse estudo são: Deleuze (1997), Guattari (2014), Gallo (2007), Bovo (2011), Queiroz (2015), Rolnik (2010). Utilizamos os conceitos devir, rizoma, subjetivação, dispositivo, fora, corpo vibrátil, cartografia, linhas de forças, e territórios por serem compatíveis com a expressão das emoções a partir de vibrações corpóreas: Ao investigar o universo dos professores e sua formação a partir da filosofia da diferença, buscamos compreender a constituição de si e de suas subjetividades acerca do sujeito docente que adentra o território da Educação do Campo. Esse jogo foi muito importante por observarmos os passes e jogadas que serviram de pontapé para jogos futuros de novos estudos mais aprofundados na área da matemática na Educação do Campo. Visto que os alguns professores demonstram através dos mapas narrativos apego a uma matemática praticada e voltada para escola urbana.