Substâncias húmicas em solos sob diferentes usos do bioma Caatinga no Agreste de Pernambuco

Abstract

O bioma Caatinga abrange uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo, o que, consequentemente, faz com que esse bioma arque com consequências negativas advindas das ações antrópicas. Devido a várias décadas de uso impróprio e insustentável da Caatinga como suporte forrageiro, sobrepastejo e às condições edafoclimáticas, essa região encontra-se num estágio de degradação ecológica muito elevado. A alteração do ambiente afeta a matéria orgânica (MO), que exerce influência direta sobre as características físicas, químicas e biológicas do solo. Assim, esse trabalho tem como objetivo avaliar as frações estáveis da matéria orgânica do solo de áreas sob diferentes usos do bioma caatinga no agreste de Pernambuco. Para tanto, foram realizadas coletas em duas estações experimentais instaladas no Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), nos municípios de Caruaru e São Bento do Una, sob os tratamentos de Caatinga aberta, Caatinga fechada e pastagem com inclusão e exclusão de animais. As amostras de solo foram analisadas quanto aos teores de carbono orgânico total (COT) e substâncias húmicas: ácido húmico, fúlvico e humina. Os teores de COT variaram entre 18,8 g.kg-1 e 5,9 g.kg-1 em Caruaru e entre 15,4 g.kg-1 e 8,2 g.kg-1 em São Bento do Una, com maior aporte para as áreas de caatinga fechada e menor aporte em pastagem. No carbono das frações, a fração humina obteve maior teor de carbono em todos os usos do solo nos dois municípios, seguindo da fração ácido fúlvico e, com menor aporte, a fração do ácido húmico. O grau de COT foi maior nas áreas de caatinga fechada em função do maior aporte de serapilheira. A maior concentração do carbono na fração humina se deve ao fato dessa fração ser a de maior estabilidade e insolubilidade em relação às demais.