Agentes radioprotetores para a prevenção de radiodermite em pacientes oncológicos

Abstract

O câncer é uma enfermidade complexa, marcada pelo desenvolvimento descontrolado de células susceptíveis a formar novas células anormais. Essa condição, que resulta em distúrbios nos tecidos e órgãos, apresenta-se como um desafio global à saúde, destacando-se como uma dos principais motivos de óbito e sinalizando uma redução na qualidade de vida da população. A radioterapia é um tratamento amplamente recomendado, visando através das radiações ionizantes a eliminação das células tumorais. Apesar dos benefícios, a exposição à radiação gera danos às células normais, resultando em toxicidade, especialmente na pele, manifestada como radiodermite. Esta resposta inflamatória pode ocorrer agudamente ou tardiamente após a exposição à radiação, com sintomas como eritema leve, hiperpigmentação cutânea, perda de pelos, descamação seca e úmida, podendo persistir por vários meses. A avaliação dos danos cutâneos frequentemente usa escalas, como a Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) e a Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE). Em busca de métodos capazes de prevenir a dermatite radioinduzida foi realizada uma revisão sistemática da literatura conduzida mediante pesquisas eletrônicas nas plataformas: LILACS, MEDLINE via PubMed, BVS e ScienceDirect, priorizando artigos entre 2014 e 2024, através de descritores em português e inglês para aprimorar a sensibilidade do estudo. A busca resultou em diversos agentes sintéticos como Sanyrene®, Atorvastatina a 1%, TEGUM®, Fuleronol, Hidrocortisona a 1% e vitamina E encapsulada; além de, naturais como os compostos de Calendula officinalis, Nigella sativa e Camomila que foram analisados com relação a sua eficácia radioprotetora. Embora não haja consenso sobre tratamentos apropriados, a investigação científica realizada aponta que diversas dessas substâncias radioprotetoras têm apresentado efetividade na prevenção dos danos causados pela radiação, proporcionando alívio aos pacientes e preservando a integridade dos tecidos adjacentes. Apesar desses avanços apresentarem perspectivas promissoras para reduzir os impactos danosos da radioterapia, se faz necessária a exploração de novas estratégias e de agentes inovadores que tragam contribuições mais efetivas ao tratamento neoplásico.