Verificação de polifarmácia em pacientes idosos: possível interação medicamentosa entre fármacos de uso contínuo e os utilizados na prática odontológica

Abstract

O objetivo foi identificar a ocorrência de pacientes idosos que fazem polifarmácia que são atendidos na Clínica Integral 3 do curso de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A amostra estudada foi composta por 116 pacientes, tendo idade variando de 60 a 87 anos, com média de 68,47 anos. Da totalidade de pacientes, 82,8% relataram ter pelo menos uma alteração sistêmica crônica, e 80,2% utilizavam um ou mais medicamentos de uso contínuo. Dentre as comorbidades mais prevalentes, foram observadas a hipertensão arterial sistêmica, seguida da diabetes e artrose, respectivamente. Entre os pacientes avaliados, 30 (25,9%) faziam uso de polifarmácia, enquanto apenas 23 (19,8%) não utilizavam nenhum medicamento. Entre a variável polifarmácia com o sexo, o percentual que de polifármacos foi mais elevado entre os pacientes do sexo feminino que masculino (34,7% x 11,4%). Assim, observou-se que há um elevado número de pacientes que fazem uso de medicamentos para tratamento de alterações sistêmicas e que procuram atendimento odontológico. Com isto, há um número expressivo de possíveis interações entre esses medicamentos e aqueles empregados pelos cirurgiões dentistas nas etapas pré e transoperatórias, além dos prescritos após a consulta. Desta forma, os prescritores devem analisar os aspectos dos pacientes para avaliar o risco-benefício de combinar medicamentos, especialmente em pacientes com 60 anos ou mais e que fazem uso de mais de um medicamento.